quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Os heróis na história de cajazeiras, segundo Zé Antônio!
Parece até um vale a pena ver de novo! Mas vale esta entrevista do professor-historiador José Antônio de Albuquerque, uma referência na cidade de Cajazeiras no campo educacional e na história. Pela sua fluência verbal, natural, espontânea e agradável de escutar, Zé Antônio acabou se misturando com a história de Cajazeiras, mas houve a oportuna intervenção do entrevistador, outra referência do jornalismo cajazeirense, que alertou que o Zé Antônio detém um cacife de pelo menos uma dez entrevistas potenciais, uma verdade para quem conhece a figura do Zé Antônio.
terça-feira, 22 de abril de 2014
Cardeal Arcoverde e a diocese de Cajazeiras
Por
Francisco Frassales Cartaxo
O cardeal Arcoverde é nome de praça em
Cajazeiras. Mais do que isso, em Pernambuco é nome de município, que se chamava
Rio Branco, em honra ao Barão do Rio Branco, e virou Arcoverde, homenagem ao filho
ilustre nascido na fazenda Fundão, propriedade de seu pai, Antônio Francisco de
Albuquerque Cavalcanti, conhecido como capitão Budá. Joaquim Arcoverde de
Albuquerque Cavalcanti (1850-1930), ainda menino quase rapaz, veio estudar no
colégio do padre Rolim. Pouco tempo depois de concluir os preparatórios viajou
para a Europa. Por isso, o cardeal Arcoverde ligou-se para sempre a Cajazeiras.
Mas não fica apenas no estudo. Colega de Cícero Romão Batista no famoso colégio
do padre Rolim, os dois tomaram rumos diferentes. Joaquim Arcoverde estudou em
Roma e na França. Voltando ao Brasil, fez-se vigário e professor em Pernambuco.
E bispo em São Paulo e no Rio.
Quando se espalhou a notícia dos
“milagres do Juazeiro”, em 1889, a hóstia banhada em sangue na língua da beata
Maria de Araújo, Arcoverde não gostou nada de saber que padre Cícero estava no caminho
da perdição, como então era considerado pela hierarquia da Igreja o desvio
trilhado pelo também ex-aluno do padre Rolim. Entre outras atitudes e ações
contra padre Cícero, o bispo Arcoverde encaminhou à Congregação do Santo Ofício
(Inquisição) informações críticas a respeito dos “falsos milagres”. Isso é o
que admite o pesquisador americano Ralph Della Cava, especulando ainda que: “É
possível que Arcoverde tenha também solicitado uma ação enérgica por parte de
Roma a fim de destruir Joaseiro, assim como ele havia aconselhado d. Joaquim a
fazer, em dezembro de 1891.” De fato, Joaquim Arcoverde criticou com dureza o
seu xará, dom Joaquim Vieira, bispo do Ceará, por não ter cortado as raízes com
ato enérgico, porque “aí no Joaseiro o ridículo é o caráter predominante. Por
conseguinte, nada há ali de divino,” conforme carta transcrita por Della Cava,
em seu livro Milagre em Joaseiro, o mais completo estudo sobre padre Cícero.
Que interesse tem isso?
Interesse histórico. Este ano a diocese
de Cajazeiras festeja o seu primeiro centenário e, até agora, não encontrei
nenhuma referência explícita ao papel desempenhado pelo cardeal Joaquim Arcoverde
na decisão da Igreja de escolher Cajazeiras para sede da segunda diocese em
território paraibano. Não li nem ouvi citação expressa, porém, ando farejando sua
influência, quando nada, na estratégia traçada para a criação de novas dioceses
no Brasil republicano, após o catolicismo deixou de ser a religião oficial.
Arcoverde conviveu com alguns dos mais
importantes personagens dos “milagres do Juazeiro”. Além de padre Cícero, ele
conheceu o padre Francisco Monteiro, o intelectual José Marrocos, que também foi
seu professor, além de outros participantes ativos nos episódios protagonizados
por padre Cícero e Maria de Araújo. Ora, Arcoverde foi padre, bispo, arcebispo
em São Paulo e no Rio de Janeiro, antes de ser nomeado , em 1905, o primeiro
cardeal da América Latina quando, já estava em plena execução o plano de
reestruturação da Igreja no Brasil. Bem articulado dentro e fora da Igreja, a
voz de Joaquim Arcoverde deve ter-se levantado a favor da criação da diocese de
Cajazeiras.
sábado, 5 de abril de 2014
Cajazeiras, Terra de cabra macho
Texto
Terra de cabra macho
A maioria dos meus leitores sabe que sou paraibano. Nasci em Cajazeiras, no alto sertão, a quinze quilômetros do estado do Ceará, onde fui buscar a mais bela conterrânea de Iracema, para torná-la minha consorte.
Como se vê, viajei pouco para encontrar a sorte benfazeja.
O nome de minha cidade natal origina-se de árvore frutífera, de pequeno porte, abundante na região. Em 07 de fevereiro de 1767, passou a fazer parte de uma sesmaria, pequeno terreno abandonado, cedido pelos reis de Portugal para ser povoado. O governador da capitania, Jerônimo José de Melo, a presenteou a Luiz Gomes de Albuquerque, que a doou à sua filha Ana de Albuquerque, após seu casamento com o jovem Vital de Souza Rolim. Emancipada em 10 de julho de 1876, completará, em breve, 135 anos de autonomia administrativa.
Em 22 de agosto de 1800, nasceu um dos filhos de Ana de Albuquerque, registrado com o nome de Inácio de Souza Rolim, ordenado padre em Olinda, estado de Pernambuco. Em 1843, o padre Rolim, como viera a ser conhecido posteriormente, retornou à terrinha e fundou o Colégio Salesiano, que recebeu o seu nome. Ali estudaram o Padre Cícero Romão Batista, “meu padim pade ciço” e o primeiro arcebispo do estado da Paraíba, Dom Arcoverde. E eu, este modesto escrevinhador.
Cajazeiras é uma cidade pequena. Apenas 58.437 habitantes disputam o PIB de 400 milhões de reais, cabendo-lhes, individualmente, cerca de R$ 7.000,00. O Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, é de 0,68, considerado médio, para a região.
A terra do Padre Rolim é bastante movimentada culturalmente. Dispõe de campus universitário federal, de modesto museu, de duas estações de rádio e de um jornal. O teatro, porém, é a expressão maior de sua cultura de divertimento. Os circos de variadas origens e representatividade fincam estacas e estendem lonas impermeáveis em terrenos autorizados pela prefeitura. O cajazeirense é amante da arte cênica, já tendo exportado alguns atores, um deles, uma atriz, minha parenta, integra o elenco de novelas da Rede Globo. Eu, sem querer me exibir, já escrevi uma peça dramática que representei e dirigi.
Em certa ocasião, instalou-se no bairro Alto do Cabelão, um circo de boa reputação. A tenda tinha considerável circunferência. Os artistas distinguiam-se por suas performances espetaculares. Os palhaços faziam a seleta plateia rir, às gargalhas. A programação noturna sempre culminava com a representação de uma peça, algumas românticas, outras trágicas, que normalmente faziam chorar o espectador mais emotivo.
Por ocasião da Semana Santa, resolveram encenar a Paixão de Cristo.
O elenco compunha-se dos mesmos artistas que dividam trapézio e picadeiro, além de alguns moradores da cidade, especialmente convidados. Um rapaz de boa aparência fora indicado para fazer o papel de Jesus. O sujeito era “boa pinta”, usava barba bem cuidada e tinha os cabelos longos e cacheados. Mais ou menos umas trinta pessoas representariam o Cristo, Maria mãe de Jesus, Maria Madalena, Pôncio Pilatos, discípulos do Mestre, alguns fariseus e três ou quatros soldados romanos.
Durante os ensaios, a esposa do dono do circo apaixonou-se por “Jesus”, o intérprete. E ele, que não dava moleza, aproveitou a deixa. Às vésperas da encenação da peça, o proprietário do circo soube do repentino romance. Ficou furioso, mas controlou-se. Aguardaria melhor oportunidade. Um escândalo naquelas alturas prejudicaria o investimento. Depois de pensar bastante, encontrou a solução: iria participar da peça, fazendo o papel de um soldado romano.
No dia do espetáculo, a cidade inteira lotou as dependências do circo. A representação do sofrimento de Jesus tornava a plateia chorosa. As mulheres e alguns homens derramavam seus prantos silentemente. Jesus, o ator, sofria no corpo as fortíssimas chibatas desferidas pelo soldado romano que empunhava o chicote com a destreza que a vingança lhe proporcionava.
“Jesus” reclamou em voz baixa:
– Oxente, cabra, tá machucando!
Para dar mais veracidade à cena, o soldado batia sem dó nem piedade. O lombo do infeliz ator já sangrava, quando, sem mais aguentar, sacou de uma peixeira de doze polegadas e partiu para o seu algoz, dizendo:
– Vou te ensinar como se defende na Paraíba!
O dono do circo corria desesperadamente, protegendo-se atrás de um e de outro ator, que a tudo assistiam sem nada entender. A plateia, antes chorosa e compadecida, presenciando o sofrimento de Jesus, o intérprete, gritava delirantemente:
– É isso aí, Jesus, fura ele!
Outros diziam:
– Aqui é a Paraíba, “bichim”. Não é Jerusalém, não!
E o espetáculo terminou antes da crucificação.
Lamércio Maciel
Publicado no Recanto das Letras em 26/05/2011
Código do texto: T2994009
Código do texto: T2994009
Lamércio Maciel
Brasília/DF - Brasil, 70 anos
Quem sou eu
Nasci no estado da Paraíba, em 1941. Fui cronista de uma emissora de rádio em minha cidade natal, Cajazeiras, na década de setenta, época em que me aventurei no teatro amador. Na oportunidade, escrevi uma peça que representei e dirigi. Por temer represálias do regime militar, abandonei a lide literária depois de ter meus escritos questionados pela ditadura dos generais. A partir de 2002, já aposentado, fiz as pazes com o “verbo” e voltei a escrever. Como bacharel em ciências contábeis, exerci as atividades de contador e auditor, tendo publicado duas obras: Contabilidade, Aspectos Jurídicos e Fiscais do Balanço e Auditoria Fiscal-Tributária. Ambas serviram de livros-texto em cursos e palestras que ministrei. Sou autor de quarenta contos, sessenta e três crônicas, três pequenos romances e três outras narrativas. Meus principais escritos receberam os seguintes títulos: Torre da Concórdia, Álbum de Recordações, Visitando o Passado, O ultimato, O único e Epopéia da Família Braga –– Um Giro pela Europa. Os contos foram reunidos em um volume, intitulado: Por que conto? Conto, porque conto; Conto por conto, Ora!. O volume contendo as crônicas foi denominado Aurora Literária.
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quinta-feira, 3 de abril de 2014
Praça José Guimarães ou Praça do Pirulito?
A denominação Praça José Guimarães foi substituída pelo povo por Praça do Pirulito. Tive a curiosidade e procurar e descobri no logradouro uma placa em bronze num pequeno obelisco com o nome oficial da praça. Bati até uma foto, mas não consegui localizar em meus arquivos.