terça-feira, 19 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
VAI ANDORINHA VAI LIGEIRO...
"Vai andorinha vai ligeiro..." Anunciava o jingle rodado diariamente nas rádios Cajazeiras e Alto Piranhas. Na parta do ônibus, a senhora Eliete Rodrigues Alves, filha do empresário João Rodrigues Alves, dono da empresa Expresso Viação Andorinha. A empresa foi uma das pioneiras no transporte de passageiros do sertão de Cajazeiras à João Pessoa, capital do Estado.
Francisco Cleudimar F. de Lira
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Dom João da Mata de Andrade Amaral (1898-1954) Biografia
Natural de Pernambuco (nasceu
em 8 de fevereiro de 1898 em Altinho, no sertão de Pernambuco, foi ordenado sacerdote em 1921, para a diocese de Nazaré,
onde desempenhou inúmeros cargos). Seu Lema: Pasce Agnos Meos / Apascenta Meus Cordeiros. “Homem extraordinário e sacerdote verdadeiramente apostólico foi D. João da Mata Amaral”. Em 7 anos, a vida religiosa da comunidade cristã recebeu novo impulso. “O maior e o mais arrojado feito de D. Mata no setor social e religioso foi a realização do 1º Congresso Eucarístico Diocesano. (...) E assim, D. Mata, em 1939, comemorou com toda sua Diocese, a passagem da data das Bodas de Prata, rememorando a criação da Diocese e posse do seu Primeiro Bispo” (SOUZA, p.110 e 111).
Em segundo lugar, vem a Obra das Vocações Sacerdotais. A organização da Ação Católica foi outra iniciativa do 2º Bispo, “tendo D. Mata construído a sua sede própria” (p.111).
Era Dom João da Mata “dominado pela ideia do desenvolvimento”. Na sede episcopal, reconstruiu o Colégio Diocesano Padre Rolim, “ficando um edifício imponente, com dois pavimentos, cuja direção foi confiada aos padres salesianos”. Reconstruiu o Ginásio Escola Normal Nossa Senhora de Lourdes, “também com dois pavimentos”. Reconstruiu o Prédio Vicentino. Construiu o Hospital Regional de Cajazeiras, depois encampado pelo Estado. Iniciou a construção da nova Catedral “e concluiu o acabamento do Palácio Episcopal”.
Em outras cidades da Diocese, criou e instalou os educandários:
• Colégio Diocesano de Patos;
• Colégio Diocesano de Catolé do Rocha;
• Escola Normal Francisca Mendes, em Catolé do Rocha;
• Escola Normal de Itaporanga;
• Escola Normal de Princesa Isabel;
• Escola Normal de Santa Luzia do Sabugi (Souza, p.111 e 112).
Em segundo lugar, vem a Obra das Vocações Sacerdotais. A organização da Ação Católica foi outra iniciativa do 2º Bispo, “tendo D. Mata construído a sua sede própria” (p.111).
Era Dom João da Mata “dominado pela ideia do desenvolvimento”. Na sede episcopal, reconstruiu o Colégio Diocesano Padre Rolim, “ficando um edifício imponente, com dois pavimentos, cuja direção foi confiada aos padres salesianos”. Reconstruiu o Ginásio Escola Normal Nossa Senhora de Lourdes, “também com dois pavimentos”. Reconstruiu o Prédio Vicentino. Construiu o Hospital Regional de Cajazeiras, depois encampado pelo Estado. Iniciou a construção da nova Catedral “e concluiu o acabamento do Palácio Episcopal”.
Em outras cidades da Diocese, criou e instalou os educandários:
• Colégio Diocesano de Patos;
• Colégio Diocesano de Catolé do Rocha;
• Escola Normal Francisca Mendes, em Catolé do Rocha;
• Escola Normal de Itaporanga;
• Escola Normal de Princesa Isabel;
• Escola Normal de Santa Luzia do Sabugi (Souza, p.111 e 112).
Em 1948, foi transferido para
Niterói, tendo tomado posse em 8 de agosto. Tanto em Cajazeiras quanto em
Manaus, realizou o primeiro Congresso Eucarístico Diocesano.
Ao
assumir a diocese de Niterói, já se encontrava com a saúde combalida, o que
todavia não o impediu de realizar diversos empreendimentos: multiplicou as
paróquias, construiu o novo Seminário Menor, organizou o Departamento Diocesano
de Ação Social, levantou o edifício Leão XIII, estabilizou o património
diocesano, iniciou as obras do Templo de Adoração Perpétua, realizou semanas de
estudo e dois grandiosos congressos e fundou duas sociedades religiosas.
Faleceu
em 7 de novembro de 1954, de um enfarte do miocárdio.
terça-feira, 12 de junho de 2012
A vila de Cajazeiras
Por Francisco
Frassales Cartaxo
A Paraíba possui hoje 223 municípios num território pequeno, superfracionado
em comparação com os vizinhos Ceará e Pernambuco, bem maiores em extensão e com
número muito menor de municípios. No ocaso do Império, tínhamos apenas 40
municípios, com suas vilas ou cidades como sede urbana. Criado em 1863, Cajazeiras
foi o 21º município paraibano e o 6º do sertão, considerado aqui o espaço situado
entre a Serra de Santa Luzia e a divisa com o Ceará. Neste sertão, Sousa,
Pombal, Piancó, Catolé do Rocha e Teixeira são vilas mais antigas do que
Cajazeiras, enquanto as nossas vizinhas São João do Rio do Peixe (1881) e São
José de Piranhas (1885), são também do tempo da Monarquia.
E antes de ser vila? Como povoação, às vésperas de tornar autônoma, Cajazeiras
já exibia ares de vila. Além do colégio de ensino secundário do padre Rolim,
tinha escolas de instrução primária, uma concorrida feira semanal, subdelegacia
de polícia e comissariado de instrução pública, além de “uma capela com
proporção de matriz, um cemitério decente e murado, em cujo recinto existe
outra capela”, segundo registrou em 1854 o presidente João Capistrano Bandeira
de Mello no Relatório à Assembleia Legislativa. A paróquia de Nossa Senhora da
Piedade foi criada em 1859.
A independência de Cajazeiras, desmembrada do município de Sousa, teve
origem formal em projeto de lei do deputado João Leite Ferreira Júnior, advogado,
filho de poderoso chefe político liberal do vale do Piancó. Genro de Felizardo
Toscano de Brito, que foi presidente da província e chefiou o Partido Liberal
na Paraíba, durante muitos anos, João Leite herdou também o comando daquele
partido na Paraíba. Lembro isso para realçar que nossa autonomia
político-administrativa sofreu a influência dos liberais, então chefiados em
Cajazeiras pelo Comandante Vital Rolim. A emancipação trouxe de imediato a
chance de ter um representante legítimo de Cajazeiras na Assembleia Provincial,
já no ano seguinte à criação do município, com a eleição do bacharel Antônio
Joaquim do Couto Cartaxo para a legislatura de 1864/1865. Foi ele o primeiro deputado
a representar Cajazeiras.
Antes dele, porém, um cajazeirense, o bacharel Manuel de Souza Rolim, (irmão
do padre Rolim), fora deputado provincial, mas representando o município de
Sousa. Como assim? Simples. Após sua formatura, em 1839, ele foi ser professor em
São José da Lagoa Tapada, onde casou com uma jovem da família Sá, filiando-se
ao Partido Conservador, cujo chefe em Sousa era o Comandante da Guarda Nacional,
José Gomes de Sá Júnior. Logo depois de Couto Cartaxo, outro bacharel, Manuel
Rolim de Alencar representou Cajazeiras na Assembleia Provincial (1866-1867), também
ligado à facção liberal. Como se nota, essas conquistas decorreram da criação
da vila/município de Cajazeiras em 23 de novembro de 1863, data muito mais
significativa do que a transformação da vila em cidade.
Com a criação do município, Cajazeiras instalou a câmara municipal que então
desempenhava funções administrativas; passou a ser termo judicial, ocupado por
um juiz municipal; sediou uma delegacia de polícia com três subdelegacias: uma
na vila, outra em Santa Fé e a terceira em São José de Piranhas. Em 1875,
criada a comarca, teve seu primeiro juiz de direito, Manuel da Fonseca Xavier
de Andrade. Todas essas conquistas aconteceram antes da elevação de Cajazeiras
à categoria de cidade, em 10 de julho de 1876, no curto período de 13 anos.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
O MAESTRO ESMERINDO CABRINHA
Cajazeiras já teve muitos músicos que abrilhantaram as festas em clubes sociais, festas cívicas em comemoração ao aniversário da cidade, em desfiles de 7 de setembro e em apresentações sócio-culturais da cidade, como as festas nas paróquias com suas quermesses. Em fim, em várias outras ocasiões, que fazia de Cajazeiras uma cidade destaque na Paraíba.
Nos fundos do Círculo Operário de Cajazeiras funcionava a sede da Orquestra Manaíra, de propriedade de Mozart Assis e muitas vezes eu tive a oportunidade de assistir aos ensaios da Manaíra, principalmente quando se aproximava o Carnaval. A Manaíra sempre se apresentava no Cajazeiras Tênis Clube, que era frequentado pela elite cajazeirense. Vários músicos já tocaram na Orquestra Manaíra, entre eles, Vicente de Joaninha, que também morava na minha rua; Milton; Rivaldo Santana; Mozart Assis; etc.
Mas, eu gostaria de falar do músico que mais se destacou na cidade que ensinou a Paraiba a ler. Refiro-me ao seu Esmerindo Cabrinha da Silva, que era meu vizinho da Rua Pedro Américo. Ele era casado com dona Lilia, e sendo pai de José (Zé), Luiz, Airton, Gilberto, Paulo Roberto (Jiquirir), Eladir, Eliete e Elenir.
Seu Esmerindo, além de excelente maestro que era, tinha ele o domínio de tocar saxofone e clarinete. Dentre esses filhos, dois deles seguiram seus passos na qualidade de músico. José (Zé) e Gilberto. Assim como seu pai, Zé gostava também de tocar o saxofone. Gilberto tomou gostou pelo violão, afoxé e atabaque.
Seu Esmerindo gostava de sentar na sua cadeira de balanço, na calçada da sua casa, todas às noites, para um bate papo em companhia de dona Lilia, minha mãe (dona Bia), dona Janoca, dona Soledade Macedo, em fim, da vizinhança. Eu, como toda criança, que gosta de chamar a atenção do adulto com brincadeiras ou presepadas, era aí que eu fazia imitações de um saxofonista, de um trompetista, de um pandeirista, e de outros instrumentos, com gestos das mãos e o som vindo da boca. Às vezes, ele me pedia bis e ao atendê-lo, ele ficava todo risonho com minhas imitações.
Orquestra Manaíra |
Seu Esmerindo Cabrinha foi maestro pioneiro da Banda Feminina da Prefeitura de Cajazeiras, que chegou a se apresentar na cidade de Patos, em desfile nas ruas dessa cidade, por ocasião das festas daquele município. Ele também morou em Aurora, no Ceará, onde foi trabalhar com a banda de música da Prefeitura local. Ele é o autor da melodia do Hino da cidade de Bom Jesus, na Paraíba.
PEREIRA FILHO
Radialista
Brasília – DF
jfilho@ebc.com.br