domingo, 20 de fevereiro de 2011

100 anos de Waldemar Pires Ferreira

Dr. Waldemar e D. Ica em passeio pela Capital Federal, Rio de Janeiro.

Waldemar Pires Ferreira nasceu em 9 de fevereiro de 1911, na Rua Padre Rolim, em Cajazeiras, sendo filho de Galdino Pires Ferreira e Crisantina Pires Cartaxo Sobreira Rolim.


Fez os primeiros estudos na Escola do Professor Crispim Coelho, tendo como alguns dos seus colegas: Hygino Pires Ferreira, Monsenhor Vicente Freitas, João Guimarães Jurema, e Tota Assis. Cursou o secundário no Lyceu Paraibano em João Pessoa.


A sua formação superior deu-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1934, sendo o mais jovem da turma com 23 anos. Sua tese de Doutorado “A Tuberculose no Estado de São Paulo” foi publicada no mesmo ano. Entre seus professores destaca-se Dr. Miguel Couto. Entre seus colegas de faculdade, Reinaldo De Lamare (pediatra), Pedro Bloch (entre outras funções, dramaturgo), Jorge Marsilac (Fundador do Hospital do Câncer).


Iniciou suas atividades profissionais ainda na década de 30 do século passado no Rio de Janeiro. Na década seguinte, estabeleceu-se na cidade de Sousa, vindo para Cajazeiras em fins da década de 40, onde consolidou a carreira, prestando serviços no Hospital Regional de Cajazeiras, aonde fora admitido por concurso, e no SAMDU, precursor do INPS/INAMPS, atual INSS. O seu consultório era instalado na Avenida Presidente João Pessoa, número 40 e geralmente o atendimento era gratuito nas suas especialidades de Clínico Geral, Cirurgião e Radiologista.


Casou em 1953 com Íracles Brocos Pires Ferreira, com quem teve os filhos Jeanne Brocos Pires Ferreira (Arquiteta) e Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira (Engenheiro Mecânico e Advogado). Após ficar viúvo, casou-se com Ilma Rodrigues, com quem tece um filho: Waldemar Pires Rodrigues Júnior.


São netos de Waldemar Pires Ferreira: Mariana Pires Borsoi (Arquiteta), Lívia Pereira Brocos Pires (Dentista), Gabriel Pires Borsoi (Arquiteto), Waldemar Pires Ferreira Neto (Mestre em Ciências da Computação) e Marina Pereira Brocos Pires (Acadêmica de Farmácia).


Faleceu em 20 de outubro de 1996 e seus restos repousam no Cemitério Coração de Maria em Cajazeiras.


Por Farol Comunicação Integrada

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dr. Waldemar: o professor, o médico e o rotariano

Dr. Waldemar Pires na companhia da mãe e dos irmãos

José Antonio de Albuquerque

Há quase meio século, no velho, tradicional e inesquecível Colégio Diocesano Padre Rolim, fui aluno de Física, do médico Waldemar Pires. Somente um educador do porte de Monsenhor Vicente Freitas faria com que Dr. Waldemar deixasse todas as manhãs os seus afazeres de médico, no Hospital Regional de Cajazeiras, para ministrar aulas numa turma de 30 alunos, concluintes do Curso Ginasial, que ao lado de Dr. Gineto, como professor de Química, Dr. Manoel Paulo (esposo de Socorro Paulino, filha de Carlos Paulino), como professor de Biologia e Mailson da Nóbrega, como professor de Matemática, formava um conjunto que dava um enorme prestigio ao velho educandário.


Antes de ser meu professor já conhecia o médico Waldemar Pires, que era ao mesmo tempo clinico geral, cirurgião e radiologista e de suas hábeis e abençoadas mãos, anos depois, veio a nascer, minha querida filha Letícia Teresa, numa madrugada do dia 11 de fevereiro de 1978, debaixo de muita chuva e trovão, na Maternidade Nossa Senhora de Fátima. E depois que concluiu o parto foi Ele que me deu a noticia: “é uma menina encantadora e bonita”, seguida de um afetuoso abraço. Era um grande sonho de Antonieta e meu que nascesse uma menina, já que tínhamos dois filhos do sexo masculino. Nunca saiu da minha memória aquela madrugada.


Quando ingressei no Rotary Clube de Cajazeiras, no dia 22 de janeiro de 1971, já fazia parte Dr. Waldemar, com um titulo muito honroso: sócio fundador. Eram poucos os remanescentes de 1948 que ainda faziam parte do clube de Cajazeiras: Sabino Rolim, Aldo Matos, Deodato Cartaxo e Sabino Rolim Guimarães e todos os outros sócios tinham sempre um respeito muito grande por estes companheiros, símbolos da resistência e do amor pelas instituições criadas em Cajazeiras com o objetivo de tornar a nossa cidade conhecida e reconhecida entre os milhares de rotarianos espalhados pelo Brasil inteiro.


A timidez de Waldemar, nos encontros rotários do Nordeste, era compensada por sua eterna e enamorada companheira Ica Pires, sempre convocada para fazer apresentações e recitais e era aí, nestas ocasiões que o nome de Cajazeiras ficava gravado na memória de todos os presentes. O Rotary clube de Cajazeiras sempre deixava a sua marca nas Assembléias Rotarias.


Waldemar era um rotariano nato e praticava com maestria o lema rotário “Dar de si antes de pensar em si”, não somente no interior do clube, nos momentos de companheirismo, mas principalmente na vida sua profissional e como cidadão. Um humanista em todos os sentidos. Fazia da medicina um sacerdócio. Encantadora era a sua simplicidade. Espantosa era sua humildade. Na sua maleta de médico não existia recibo.


Waldemar era um eterno apaixonado pela terra que nasceu, em 9 de fevereiro de 1911 e para ela voltou eternamente, no dia 20 de outubro de 1966. A sua paixão por Cajazeiras, infelizmente, não parece ser correspondida pelos seus conterrâneos, a quem serviu com dedicação e carinho e sequer tem uma rua ou um logradouro com o seu nome e é mais um ilustre filho que entra na lista dos esquecidos e injustiçados, mas para não morrer definitivamente na memória da cidade, o GAZETA, publica um Caderno Especial, nesta edição, a de número 637, para celebrar o Centenário de seu nascimento. Salve Waldemar!


Por José Antonio de Albuquerque é professor historiador e jornalista publisher do Gazeta do Alto Piranhas.


Iconografia do Dr. Waldemar Pires Ferreira e D. Iracles

Dr. Waldemar Pires na companhia da mãe e irmãos

Dona Irácles a 3ª e Dr. Waldemar é o 4º da esquerda para a direita na fila do fundo
Dr. Waldemar e D. Ica em passeio pela Capital Federal, Rio de Janeiro.



Com amigos

Dona Iracles







terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

LEMBRANÇAS DA RÁDIO ALTO PIRANHAS


LEMBRANÇAS DA RAP
As imagens povoam a cabeça e me deslocam para um outro tempo. Rádio Alto Piranhas, início da década de 1980. Meu primeiro emprego, após terminar o Curso de Comunicação Social. A cabeça cheia de planos e tantas e efêmeras convicções de que o mundo seria transformado com nossas revolucionárias idéias. A certeza de que faria, com as palavras, uma poderosa arma para mudar o mundo, transformar consciências, redimensionar práticas e costumes e erradicar todos os males sociais que, inocentemente, se resumiam as nossas vontades e desejos.
A Rádio funcionava no prédio do Cine Apolo XI. A redação ficava no primeiro andar onde algumas velhas máquinas de escrever Olivetti e Remington serviam como suporte para a produção de noticiários. Ao lado da Rádio, no mesmo prédio, a precária lanchonete de seu Chico servia fatias de bolo endurecidas pelos muitos dias de fabricados e pela baixa freqüência de consumo. No corredor, após a portaria, o relógio de ponto cobrando nossa assiduidade. Não raras vezes, alguns controlistas, que a modernidade chama de operadores de áudio, davam um solavancos no velho relógio que passava algumas semanas parado, para nosso deleite e real possibilidade de atrasar alguns minutos.
A discoteca, dominada por lps, ou seja, os velhos bolachões de vinil, também funcionava no primeiro andar, na direção oposta a redação e sobre o estúdio. Aí passava parte do tempo livre permitido pela redação ouvindo as músicas que Dalvirene Pinheiro selecionava para a grade de programação cultural da emissora. Músicas que eram definidas a partir das opções estabelecidas pelos apresentadores dos programas, ou pelo gosto musical dos ouvintes, expresso em cartas ou através de telefonemas. Tudo datilografado no roteiro que orientava a pilha de discos que, a cada programa, eram descidos para o estúdio e habilmente manuseados pelos controlistas.
Foi nesse ambiente que comecei minha vida profissional. Introduzida na redação da RAP recebi a incumbência de redigir noticias que eram captadas de rádio escuta ou trazidas a redação pelos nossos repórteres de rua que, munidos de gravadores e blocos de papel, percorriam delegacias, hospitais e outras fontes de notícia como prefeitura, representações de órgãos públicos. Tudo tinha que ser redigido, nada chegava pronto como hoje percebemos em nossas emissoras de rádio, onde o clique do computador permite o acesso a praticamente tudo.
Todas essas lembranças me voltam a memória quando, de repente, no Restaurante da Rodoviária, em Cajazeiras, encontro Ribamar Rodrigues que, há vários anos, se debandou pras bandas de Brasília e, atualmente, exerce importante função no Senado da República. Ribamar era um dos repórteres de rua da RAP quando comecei minha trajetória profissional. Portanto, faz parte de um trecho da minha história.
Mariana Moreira - altopiranhas@uol.com.br