terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Era no Tênis Clube o nosso maior carnaval!

Carnaval é a festa maior brasileira, era no Cajazeiras Tênis Clube a nossa maior festa!
Na foto o Bloco dos Signos que 
animava os salões do Tênis, 
vemos da esquerda para a direita: 
Jeanne, Fatima, Neide, Lena, Libia, Gorete.
Assinale quem você conhece!


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

No aniversário de Shirlene! (Viajando na história dos cajazeirenses e cajazeirados! (5)


Alguns da foto já foram identificados:
1)_____________
2)_____________
3)   Ferreirinha     

4) _____________
5)      Cesário       
6) Paulo Antônio de Orcino
7)   Nego                            
8) _____________


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Do pároco de vila a "santo" do Nordeste

A história de Juazeiro confunde-se com a de Padre Cícero. O então Cícero Romão Batista nasceu em 24 de março de 1844, no Crato, filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana. Foi batizado em 8 de abril pelo padre Manoel Joaquim Aires. Aos 7 anos, começou a estudar com o professor Rufino de Alcântara Montezuma e fez sua primeira comunhão na Matriz do Crato.
Aos 12 anos, passou a ser aluno do professor latinista padre João Marrocos Teles. Foi nessa época que fez o voto de castidade, influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales, como ele próprio afirma em seu testamento.


Apesar de arrebatar multidões com seus sermões, Pe. Cícero tirava notas baixas em oratória no seminário
Colégio Diocesano Padre Rolim


Seu pai, sabendo dos seus progressos nas aulas, matriculou Cícero no famoso colégio do padre Inácio de Sousa Rolim, em Cajazeiras, Paraíba. Em 1862, interrompeu seus estudos e retornou ao Crato para cuidar da sua mãe e irmãs solteiras, devido à morte inesperada do pai, vítima da cólera-morbo. A morte do pai trouxe sérias dificuldades financeiras à família. Em 1865, quando Cícero precisou ingressar no Seminário da Prainha, em Fortaleza, só conseguiu graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o coronel Antônio Luís Alves Pequeno. No período do seminário, Cícero era considerado um aluno mediano e, apesar de anos depois arrebatar multidões com seus sermões, apresentou notas baixas em oratória e eloquência.

Professor de latim
Padre Cícero foi ordenado em 30 de novembro de 1870. Em seguida, retornou ao Crato. Enquanto o bispo não lhe dava uma paróquia para administrar, ficou a ensinar latim no Colégio Padre Ibiapina, fundado e dirigido pelo professor José Marrocos, seu primo.
No Natal de 1871, convidado pelo professor Simeão Correia de Macedo, Padre Cícero visitou pela primeira vez o povoado de Juazeiro (numa fazenda na povoação de Juazeiro, que pertencia ao Crato), e ali celebrou a Missa do Galo.
O padre visitante, de 28 anos de idade, estatura baixa, pele branca, cabelos louros, penetrantes olhos azuis e voz modulada, impressionou os habitantes do lugar. E a recíproca foi verdadeira. Por isso, decorridos alguns meses, exatamente no dia 11 de abril de 1872, lá estava ele de volta, com bagagem e família, para fixar residência definitiva no Juazeiro.

Beata Maria de Araújo

Muitos afirmam que Padre Cícero resolveu fixar morada em Juazeiro devido a um sonho (ou visão) que teve, segundo o qual ele viu Jesus Cristo e os 12 apóstolos. De repente, adentra ao local uma multidão de famintos. Cristo então falou da sua decepção com a humanidade, mas também disse estar disposto a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Jesus então apontou para os pobres, e ordenou: "E você, Padre Cícero, tome conta deles!". Em 1889, durante uma missa celebrada por ele, a hóstia ministrada à beata Maria de Araújo se transformou em sangue. Segundo relatos, tal fenômeno se repetiu diversas vezes durante cerca de dois anos. Rapidamente espalhou-se a notícia de que acontecera um milagre em Juazeiro.
A Diocese do Ceará formou uma comissão para investigar o suposto milagre. Em 13 de outubro de 1891, a comissão concluiu que não havia explicação natural para os fatos, sendo portanto um milagre. Insatisfeito com o parecer, o bispo dom Joaquim José Vieira nomeou uma nova comissão, que concluiu que não houve milagre. Favorável ao segundo parecer, dom Joaquim suspendeu as ordens de Padre Cícero e determinou enclausuramento da beata.
Em 1898, o sacerdote foi a Roma, onde conseguiu sua absolvição. Mas ao retornar a Juazeiro, a decisão foi revista e ele foi excomungado. Porém, segundo dom Fernando Panico, da Diocese de Crato, estudos apontam que a excomunhão não chegou a ser aplicada. Atualmente, ele conduz o processo de reabilitação do Padre Cícero junto ao Vaticano. Em 1977, o sacerdote foi canonizado pela Igreja Católica Apostólica Brasileira (diferente da Igreja Católica Apostólica Romana).


MILAGRE

A Igreja Matriz antiga tinha aspecto totalmente diferente.

1889


É o ano em que ocorreu a suposta transmutação de uma hóstia em sangue, na boca da beata Maria de Araújo. O "milagre" que atraiu romeiros para Juazeiro foi combatido pela Igreja.




Antônio Vicelmo


Repórter 

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Uma perda irreparável para Cajazeiras!

      Entre outros títulos Íracles Pires Ferreira, mais conhecida como Dona Ica, ganhou o de mãe do teatro cajazeirense e assim foi batizado o prédio do nosso teatro. Sua morte prematura deixou a nossa cidade consternada.


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

ANTÔNIO AQUINO DE ALBUQUERQUE

      O brilho próprio do cidadão e deputado Edme Tavares não ofuscou igual qualidade dos seus pais e de seus irmãos e irmãs.
      Seu Aquino nasceu em Cajazeiras, mantendo residência, inicialmente, na Praça João Pessoa e, posteriormente, na tradicional casa localizada na Av. Padre Rolim, artéria em que residiam filhos ilustres de nossa terra, como Dr. Juca Peba, Timóteo Pereira, Inácio Assis, Chico Matias, Midu, Rita Assis, Dr. Ferreira, entre tantos outros moradores ilustres.
      Formado em Ciências Contábeis, em Recife-PE., ele exerceu atividades ligadas à sua formação, como contador em várias firmas locais. Também militou no meio empresarial como proprietário de loja de imóveis, localizada na Av. Epifânio Sobreira.
      No plano empresarial e social, foi membro de diretorias de Cooperativas e Clubes Sociais, desempenhando suas funções dentro de um padrão de seriedade e responsabilidade, aspectos enaltecidos pelos seus contemporâneos.
      Os fins de semana, ele com sua esposa Dona Honorina Tavares de Albuquerque e seus filhos desfrutavam da labuta diária na sua Fazenda Pau d’Arco, sendo ele próprio um frequentador assíduo das vaquejadas que se realizavam na Fazenda Serrote.
      Dona Honorina, como seu esposo, além de católica praticante, como o era toda a sua família, também se dedicou à missão de ensinar às gerações de sua época. Como professora, lecionou no Colégio São Luiz e na Escola Normal Dom Moisés Coelho; desempenhou a função de Secretária do então Prefeito de Cajazeiras, Hidelbrando Leal – gestão de 1929 a 1935 –; foi colaboradora da revista Flor de Lis e desempenhou a missão de Presidente da Associação das Voluntárias.
      De personalidade comunicativa e dotada de enorme generosidade, envolveu-se em diversas ações filantrópicas e em projetos sociais, como colaboradora de obras assistenciais, tendo participado diretamente da arrecadação de meios de natureza financeiras destinados à construção da Catedral de N.S. da Piedade, nos tempos do saudoso Dom João da Mata Amaral.
      De casal tão religioso, influente e consciente de sua missão, sempre presentes e atentos na formação religiosa e educacional dos seus filhos, tendo lhes transmitido o melhor exemplo de caráter e responsabilidade não poderia ter surgido prole tão eminente: o saudoso amigo Edme Tavares, político empreendedor, hoje é reconhecido como um dos filhos mais ilustres de nossa terra; Reginaldo, médico reconhecido em toda a região pela sua atuação como Presidente da UNIMED – Norte/Nordeste; Ednaldo, engenheiro civil, com relevantes serviços prestados à antiga SAELPA, tornou-se empresário na área de restaurantes – Mangai e Nau; Edna, licenciada em Letras Neolatinas e Pedagogia; Edneide, com formação superior em Administração Pública e Serviço Social, desempenhou a função de Auditora Federal de Controle Externo do TCU; Regina, com formação superior em Administração Pública e Serviço Social.
      Dentre os irmãos de Seu Aquino, que residiram em Cajazeiras, vêm-nos à memória Adauto, Nestor, Mariauta e Francisquinha Albuquerque; como irmãos de Dona Honorina, citamos Tomé, José e Angelina Tavares.
      O casal Aquino/Honorina desfrutava da amizade mais próxima dos casais Antônio Dutra/Alzira, Álvaro Marques/Ana Júlia, Moacir Amaral/Dorinha, Antônio Rolim/Fortunata, Deusdedit Leitão/Maria José, Monsenhor Abdon Pereira, Dr. Otacílio Jurema, Profª. Vitória Bezerra, entre outros.
      São todos personagens que nos vêm à lembrança, fazendo-nos rememorar uma cidade ainda provinciana que cultivava o saudável hábito das visitas e conversações noturnas sob a brisa quase sempre quente das noites cajazeirenses.

Fonte: Coisas de Cajazeiras


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

No tempo em que Cajazerias tinha cinema

     O Jornal Tribuna da Paraíba, em sua edição do dia 02 de junho de 1979, publicava em suas páginas o principal lazer dos cajazeirenses: O Cine Éden.
     Certeza de casa cheia para alegria de Carlos Paulino.


domingo, 5 de fevereiro de 2017

O MAESTRO ESMERINDO CABRINHA

Cajazeiras já teve muitos músicos que abrilhantaram as festas em clubes sociais, festas cívicas em comemoração ao aniversário da cidade, em desfiles de 7 de setembro e em apresentações sócio-culturais da cidade, como as festas nas paróquias com suas quermesses. Em fim, em várias outras ocasiões, que fazia de Cajazeiras uma cidade destaque na Paraíba. 
Mas, eu gostaria de falar do músico que mais se destacou na cidade que ensinou a Paraiba a ler. Refiro-me ao seu Esmerindo Cabrinha da Silva, que era meu vizinho da Rua Pedro Américo. Ele era casado com dona Lilia, e sendo pai de José (Zé), Luiz, Airton, Gilberto, Paulo Roberto (Jiquirir), Eladir, Eliete e Elenir. 

Seu Esmerindo, além de excelente maestro que era, tinha ele o domínio de tocar saxofone e clarinete. Dentre esses filhos, dois deles seguiram seus passos na qualidade de músico. José (Zé) e Gilberto. Assim como seu pai, Zé gostava também de tocar o saxofone. Gilberto tomou gostou pelo violão, afoxé e atabaque. 

Seu Esmerindo gostava de sentar na sua cadeira de balanço, na calçada da sua casa, todas às noites, para um bate papo em companhia de dona Lilia, minha mãe (dona Bia), dona Janoca, dona Soledade Macedo, em fim, da vizinhança. Eu, como toda criança, que gosta de chamar a atenção do adulto com brincadeiras ou presepadas, era aí que eu fazia imitações de um saxofonista, de um trompetista, de um pandeirista, e de outros instrumentos, com gestos das mãos e o som vindo da boca. Às vezes, ele me pedia bis e ao atendê-lo, ele ficava todo risonho com minhas imitações. 


Orquestra Manaíra
Nos fundos do Círculo Operário de Cajazeiras funcionava a sede da Orquestra Manaíra, de propriedade de Mozart Assis e muitas vezes eu tive a oportunidade de assistir aos ensaios da Manaíra, principalmente quando se aproximava o Carnaval. A Manaíra sempre se apresentava no Cajazeiras Tênis Clube, que era frequentado pela elite cajazeirense. Vários músicos já tocaram na Orquestra Manaíra, entre eles, Vicente de Joaninha, que também morava na minha rua; Milton; Rivaldo Santana; Mozart Assis; etc. 


Seu Esmerindo Cabrinha foi maestro pioneiro da Banda Feminina da Prefeitura de Cajazeiras, que chegou a se apresentar na cidade de Patos, em desfile nas ruas dessa cidade, por ocasião das festas daquele município. Ele também morou em Aurora, no Ceará, onde foi trabalhar com a banda de música da Prefeitura local. Ele é o autor da melodia do Hino da cidade de Bom Jesus, na Paraíba. 


PEREIRA FILHO

Radialista

Brasília – DF

jfilho@ebc.com.br


80 ANOS DE ESMERINDO CABRINHA DA SILVA


sábado, 4 de fevereiro de 2017

Programa da banda musical de Cajazeiras em João Pessoa


Esmerindo Cabrinha da Silva, O humanizador Musical de Aurora

  Banda de Música Sr. Menino Deus, com o maestro Esmerindo Cabrinha

   Por Luiz Domingos de Luna
        Respirando a atmosfera artística e cultural de Cajazeiras/PB, pelas ruas, pelos espaços concretos e abstratos, assim, ao chamado de qualquer instrumento Musical, ao acorde do som, ao movimento dos dedos, ao ritmo da composição, a harmonia das orquestras; estava lá, sempre vigilante, sem pressa, doado por inteiro, imergido nas ondas sonoras. Navegando na simplicidade, na humildade, na entrega total, na missão intrínseca do seu ser, servir a sociedade na educação musical, num processo contínuo, burilando no mundo mágico de sua criação as letras sonoras que iriam libertar o homem das masmorras sociais, pois toda pequenez da matéria, era pulverizada por um conjunto harmônico de sons vibratórios, dando uma dimensão elástica do ser, na passagem temporal da existência; a cada nota, expelida pelo fito musical, um sonho, um desejo, uma vontade determinada de salvar a juventude das correntes de uma modernidade balofa.
        Gostava sempre de, em cada fonte, um ponto de um novo nascimento, não um nascimento ditado, sistematizado, na ordem, nas regras de conduta, mas no auto-nascimento, pois a cada músico, a possibilidade plena do encontro entre o ‘Eu íntimo’ e o som projetado.
        É incrível como cada discípulo de Esmerindo Cabrinha conseguia esculpir na alma a busca pela perfeição, uma perfeição sem cobranças, sem normas, sem lei, sem correção, feita apenas com o olhar silencioso, o olhar de quem acredita, de quem confia, era como se o olhar falasse ‘não se preocupe, eu estou do seu lado, você consegue, você supera, você chega lá’. Este débito musical dos alunos iniciantes sempre formava o paredão da ética, do compromisso, da vontade de acertar, da determinação de mostrar para si e para o mundo que aquele mestre não estava ali em vão, ou por um momento existencial efêmero, mas sim, para abrir horizontes para jovens que só tiveram uma única oportunidade na vida, a oportunidade de aprenderem com o Maestro Esmerindo Cabrinha da Silva, isto era tudo que os alunos possuíam. Eu mesmo, quando da chegada do maestro em Aurora, sempre atentamente, assistia às suas aulas, a sua didática me contagiava, pois não era apenas um professor de música, era muito mais, um humanizador, um construtor da cidadania, da ética, do respeito ao conjunto, e por extensão a sociedade, por que não dizer a humanidade como um todo.
        Os alunos de Esmerindo viam no maestro um instrumento afinado que tentava reconstruir o espaço único da alma humana, numa luta contínua contra as intempéries negativistas que sujam a história da humanidade. Da minha convivência com o meu mestre musical, edificador da natureza humana em linhas suaves, decodificadas ao brilho da harmonia, da melodia sonora, ficava sempre admirado com a sua despreocupação com a grandeza do mundo material, pois para seu Esmerindo, a riqueza do ser humano estava em projetar para o mundo um benfeitor musical e social, um humanizador, conseguir isto, parecia algo utópico, mas no carrossel do vendaval da existência, a marca de Esmerindo Cabrinha da Silva ficou timbrada para sempre, esculpida no interior de cada um dos seus alunos que hoje pavimentam nos mais diversos rincões deste país o celeiro de grandes músicos que envaidecem o seu Estado natal, Paraíba, e a sua amada e nunca esquecida, Aurora no Ceará.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Visita a Chico Rolim, fiquei encantada com este homem!

       por Nadja Claudino - nadjaclaudino@yahoo.com.br
     Há livros que quando abertos não são apenas instrumentos de conhecimento, mas tornam-se instrumentos de sonhos e de grandes des-cobertas. 
   Um dia um desses livros caiu em meu poder: “Do miolo do sertão” era o título, o subtítulo dizia que era a história de Chico Rolim, ex-prefeito de Caja-zeiras. Peguei o livro e jul-guei antes de abrir, imaginei ser uma história banal de políticos, com obras e nomes disso e daquilo, mas ao abrir a primeira página me deparei com essa frase “os dias de tão bons, eram todos iguais”. Fui então à procura desses dias bons, e descobri um menino órfão e pobre, Francisco Matias Rolim. Quando me dei conta estava lendo a história com emoção, os so-nhos do menino de estudar, de ajudar a família me ca-tivaram. 
Sebastião Moreira Duarte e Chico Rolim
   Por meio da escrita poética de Sebastião Moreira Duarte, as tragédias, as aventu-ras, as anedotas e a determinação de Francisco me fizeram perceber que estava diante de um homem e de um livro extraor- dinários. Depois de algum tempo, quando estava pagando a disciplina de História da Paraíba, no curso de História do CFP, a professora Viviane Ceballos nos pediu que grupos fossem formados para a produção de documentários que serviriam como trabalho para a terceira nota. Me reuni com a amiga Gerlândia Gouveia e depois de pensarmos em diversos temas me lembrei de Chico Rolim, minha amiga topou e nós saímos tal como Glauber Rocha: “com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” a procura de nossa história. 
    
        Fizemos o contato com Chico Rolim, que nos recebeu em seu quarto, confortavelmente sentado em sua cama, pronto a responder as nossas perguntas. A simpatia desse homem não conhece limites, per-cebendo que estávamos um pouco nervosas, ele logo quebrou o gelo; necessitando de um lenço, olhou para mim e disse: “pegue aí no guarda roupa minha filha”, depois disso nos sentimos à vontade e a conversa fluiu durante uma manhã inteira. Falamos sobre sua vida de homem público e dos acontecimentos políticos no âmbito es-tadual e nacional que influenciaram seu governo. Re-lembrou Getúlio Vargas, o golpe militar de 1964 e nos surpreendeu ao lembrar as fortes palavras de Brizola em defesa de João Goulart. Nesse momento empostou a voz e disse que ouviu Brizola falar à meia noite, na Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro, a seguinte frase “Não darei o primeiro tiro, darei o segundo e até o último”. 
    Grande memória e lucidez. A conversa versou sobre tudo, sua vida comercial no Maranhão, as tragédias familiares, seu ingresso na política, as realizações, a modernização que trouxe a ci-dade de Cajazeiras eram relem-bradas por ele com um brilho no olhar, uma força na voz; a felicidade de compartilhar sua história estava estampada em seu rosto. Vendo esse homem de perto e conversando com ele percebi que Chico Rolim é daquele tipo de pessoa que realiza e que viveu em um tempo em que tudo precisava ser feito, por isso fundou escolas, comprou o terreno onde se localiza a UFCG, pavimentou ruas e lutou pelo engrandecimento da cidade que o tinha acolhido. Para minha surpresa me confidenciou que ainda hoje gosta de andar olhando as obras realizadas pela Prefeitura, mostrando assim a preocupação com o trabalho que começou, desejando sempre melhorias para a população de Cajazeiras. 
     Ao final da entrevista, eu e Gerlândia saímos felizes da casa de Chico Rolim, nossa ideia tinha dado certo, na câmera estava registrado o material bruto do nosso documentário, que contou também com entrevistas realizadas com o professor Rubimar Marques Galvão e com o comerciante Djalma Alves. Corremos para editar o vídeo e escolhemos como trilha sonora uma música de Belchior que diz: “eu era alegre, como um rio, um bicho, um bando de pardais, como um galo, quando havia, quando havia galos, noites e quintais...”, pois entendemos que Chico Rolim, com mais de noventa anos, lúcido e apaixonado por sua vida, sabe enfrentar as adversidades com alegria e escreve com trabalho e honestidade sua própria história. 

Nadja Claudino – contista, cronista e membro do conselho editorial da Revista Acauã. Aluna do Curso de História da UFCG/Cajazeiras.






Viajando na história dos cajazeirenses e cajazeirados! (1)

Bosco Barreto discursa inflamado em pé e sentado o jovem Gutemberg Cardoso que o escuta como correligionário!


DOM MOUSINHO EM PROCISSÃO

      Dom Luís do Amaral Mousinho foi o quarto Bispo da Diocese de Cajazeiras e exerceu seu pastoreio de 1948 a 1952. 
      A foto consta do calendário 2014 da Diocese.