quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O elogio ao homem-médico Dr. Waldemar Pires Ferreira por ocasião do transcurso do centenário de seu nascimento

 Dr. Waldemar Pires Ferreira nasceu em Cajazeiras, na Rua Padre Rolim, em 9 de fevereiro de 1911. Era o primogênito do casal Galdino Pires Ferreira (Major Galdino) e Crisantina Pires Sobreira Cartaxo Rolim (D. Cartuxinha). Seus avós paternos eram por parte de pai, Lindolfo Pires Ferreira (Major Lindolfo) e Leopoldina Bandeira Pires Ferreira (Mãe Maroca), o primeiro natural de Umari-PB, e a outra pernambucana da Ilha de Itamaracá que residiam em Sousa. Seus avós maternos eram Hygino Gonçalves Sobreira Rolim (Major Hygino) e Ana Cartaxo Rolim (Mãe Nenzinha) ambos cajazeirenses. Eram seus irmãos: Hygino Pires Ferreira (Dr. Gineto), Graciette Pires Maia (D. Ciete), Diva Pires Cordeiro, Maria Antonieta Pires (Tizinha) e Dr. Lindolfo Pires Ferreira (Dr. Lineto), com exceção do último, todos já falecidos.
Aprendeu suas primeira letras com seu pai, após o trabalho, em que me dizia que a boa aprendizagem começa em casa. Posteriormente estudou na escola do Prof. Crispim Coelho e outros educandários em Cajazeiras, que entre outras professoras existiu, segundo me contou, uma de nome D. Alcides, que ele muito apreciava e sabedor de que seria solteira, segundo me contou, chegou a pedi-la em casamento com menos de dez anos, ocasião em que foi severamente repreendido conforme os severos costumes da época. Seus contemporâneos nesse período que lembro mais foram, além de seu irmão Gineto, Dr. João Guimarães Jurema (futuro procurador da República) Antonio Guimarães Moreira, Prof. de Direito da UFPB, Mons. Vicente Freitas e Antonio da Costa Assis (Tota Assis). Depois estudou em diversas escolas de centros mais adiantados, concluindo Humanidades (o atual segundo grau) no Lyceu Paraibano, onde, dentre outros, foi colega do futuro governador Ernani Satyro.
Prestou vestibular e foi aprovado na Faculdade de Medicina da então recém formada Universidade do Brasil, em que os cursos superiores do Rio de Janeiro foram cingidos em tal nome. Sua faculdade, ainda existente, situa-se na Praia Vermelha, então o mais prestigiado centro de medicina do País. No cursar dessa academia, assistiu ao desenrolar da Revolução de 1930 em seu principal cenário.
Formou-se em 1934, sendo, com 23 anos, o mais jovem da turma. Depois dedicou-se a preparação e defesa de sua tese de doutorado, que versou sobre tuberculose, naturalmente na fase pré-antibiótico. (Ele afirmava que antes do antibiótico, os médicos eram mais expectadores que curadores dos pacientes; este tinha trazido mais dignidade à profissão de médico). Sua tese de doutoramento foi elogiada e publicada pelo Governo do Estado da Paraíba.
Entre seus professores destaca-se o eminente Dr. Miguel Couto que dá nome a um dos maiores hospitais do Rio de janeiro. Entre seus numenrosos colegas contemporâneos cito Dr. Rinaldo De Lamare (Pediatra), Jorge Marssilac (que depois seria fundador do Hospital do Câncer), Pedro Bloch (futuro dramaturgo), Arthur da Távola (futuro Senador) e Noel Rosa (compositor, que abandonou o curso).
Embora reconhecido e solicitado para prestar seus serviços na Capital Federal (que todos os anos visitava), decidiu voltar para seu Estado, por ter a convicção que sua terra precisava mais de seus serviços que a Capital Federal. Tendo a noção que Cajazeiras já se destacava na medicina daqueles tempos, optou por vir a prestar seus serviços na terra de seu pai, Sousa, aonde residia sua avó materna. Desse tempo, tem-se a notícia que cunhou o nome de "Cidade Sorriso" para Sousa, como chamam-na até hoje, por decliná-lo em um discurso proferido num 7 de setembro, enquanto lá residia. Como existia o transporte ferroviário daquela época, utilizava-o para prestar seus serviços e participar da vida social na região. Tem-se notícia que dançava bem, especialmente o tango. Tanto que mais tarde, recém-casado, visitou Buenos Aires, sua única viagem além fronteiras.
Falecida sua avó em Sousa, seus pais o chamaram para vir desempenhar suas funções em Cajazeiras, e lhe ofereceram o consultório medico que usaria até o fim de sua carreira, à Praça João Pessoa nº 40, onde ele trouxe o primeiro laboratório de análise (naqueles tempos o médico deveria ser multifunção) e pouco depois o primeiro aparelho de Raios X da região, de 50.000 amperes. Dois avanços enormes, se considerados à época. Nesse tempo, começou a trabalhar onde seria sua primeira casa: o Hospital Regional de Cajazeiras, recém fundado. Também naquela casa, viria a conhecer, visitando um doente, uma parenta sua que viria a ser sua futura esposa, Iracles Rolim Brocos, com que viria após se casar, ser conhecida na cidade como Ica Pires, que dispensa apresentações.
No HRC, Dr. Waldemar viria a desempenhar todas as funções destinadas a um médico: diretor, vice-diretor e, principalmente, médico plantonista, cirurgião e clínico, juntamente com outros ícones da nossa Medicina, que fizeram de Cajazeiras, o centro de referência e excelência em toda a região, inclusive Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e todo o oeste da Paraíba, em que pacientes eram para cá encaminhados - diferentemente do que se sucede hoje, as ambulâncias vinham. Estava entre ilustres colegas, como Otacílio Jurema, José Jurema, João Isidro, Celso Matos, Deodato Cartaxo, Sabino Rolim Guimarães, Julio Bandeira e Epitácio Leite, alcançando a próxima geração de médicos, que cito Iemirton Braga, Francisco Guimarães e Deusdedt Leitão, tendo a certeza de cometer omissões imperdoáveis. Esses, e os que não me recordo, fizeram a diferença e colocaram Cajazeiras num patamar invejável no sertão da Paraíba e circunvizinhanças, somente seria superado pelo Cariri Cearense depois de décadas.
Depois de casado, foi residir por alguns anos na casa de seu falecido sogro, próximo a antiga Estação Ferroviária e perto do HRC, que o tornava, abstêmio e sem outros vícios, sempre à disposição daquela casa de saúde. Na casa nasceram seus dois filhos com Ica, Jeanne em 1954, e eu em 1956: Saulo Péricles (Pepé - apelido herdado de meu tio Péricles falecido em 1952, grande amigo do Dr. Waldemar). Posteriormente a família se mudou para a praça Galdino Pires, vizinho a seus pais, onde resiram, quase todo tempo, até o falecimento de Ica, em 1979. Foi sócio fundador do Rotary Club de Cajazeiras, e presidiu o Cajazeiras Tênis Clube na década de 1950.
Já na década de 1960, ou no final da anterior, foi admitido como medico no SAMDU, posteriormente mudado de nome para INPS, que mantinha nesta cidade um posto de saúde funcionando 24 horas para serviços ambulatoriais e de emergência, onde foi plantonista até se aposentar compulsoriamente aos 70 anos em 1981, continuando no HRC até o começo da década de 90 em que logo depois desenvolveu a Doença de Alzheimer, que acomete muitos nossos familiares, e que haveria de matá-lo em 20 de outubro de 1996.
Após o falecimento de Ica, casou-se com Ilma Rodrigues, com quem teve um filho: Waldemar Pires Rodrigues Júnior, Hoje com 30 anos.
Tem como netos Mariana Pires Borsoi, nascida em 1981, arquiteta; Gabriel Pires Borsoi, em 1982, arquiteto, filhos de sua filha Jeanne com o também arquiteto Marco Antônio Borsoi, ambos nascidos em Recife e arquitetos; Lívia Pereira Brocos Pires nascida em 1982, dentista, Waldemar Pires Ferreira Neto, nascido em 1983, Mestre em Ciências da Computação, e Marina Pereira Brocos Pires, nascida em 1988, estudante de Farmácia, filhos de Saulo Péricles com a pedadoga Delmira Pereira Brocos Pires, todos cajazeirenses.
Resumidamente esta seria a vida de Dr. Waldemar Pires, mas existem muitos fatos, em que por se tratar de um elogio a sua vida e obra, não posso deixar de expor.
Primeiro uma rara qualidade, que por muito tempo foi tomada como defeito, o de não saber cobrar por seu trabalho: agora que se pode ter uma visão menos imediata, ele tinha compromisso apenas com a cura dos seus pacientes, sendo o pagamento uma mera e conseqüência sem tanto valor como o que se dá hoje. Decerto, às vezes, quando o paciente não dispunha de recursos, ele chegava a dar o dinheiro para o medicamento, sem nunca ter cobrado algo em troca, como por exemplo apoio político, como o fizeram vários de seus colegas, infelizmente prática estabelecida, de uma forma mais ou menos velada, até hoje.
Outra faceta me meu pai era seu proverbial esquecimento: mas, característica familiar decorria de algo me dito por um primo meu da nossa família Pires: somente esqueço o que não é importante. Apesar de não saber onde estaria seu carro, seus óculos (tinha vários reservas) não se conhece ele ter esquecido uma pinça, tesoura ou outro objeto em um paciente seu, muito menos ter errado sua medicação. No final de sua carreira, ante as novas marcas e medicamentos disponíveis, ele elaborou um “resumo da medicina” onde havia a doença e o medicamento correspondente, pois quando ele se formou, era o tempo de fórmulas manipuladas, em que ele era expert, e não as marcas comerciais.
Isso, sem contar seu excepcional saber cultural em vários campos e níveis, que eu, por herança, tento acompanhar sem ao menos sonhar em dispor desta cultura, em que entre outros, recitava "Os Sertões" de Euclides da Cunha de cor em longos trechos, além de vastíssimo conhecimento em várias outras áreas: foi professor no Diocesano de Física, área bastante distinta da Medicina. E quando da fundação da UFPB, foi convidado a ser professor, que recusou para não deixar sua terra e seus pacientes. Que foi candidato a vereador contra sua vontade pessoal, não fez campanha, e eleito com uma votação consagradora para a época, não assumiu, pois não era seu território. Bastante diferente de alguns políticos, em que é o poder pelo poder.
Em resumo, termino esta elogio com a frase lapidar de seu amigo e compadre João Claudino Fernandes: "Um homem que só nasce de 100 em 100 anos". Estamos esperando o próximo, e por enquanto fica esta singela homenagem desse filho que lhe deve mais do que tudo.


Um pouco de história ou Viva o Dr. Waldemar!


Por Sabino Rolim Guimarães Filho

O ano era 1995. Conversávamos. Dr. Sabino Guimarães, meu saudoso pai, Frassales, meu tio, escritor regular desta gazeta, e eu. O tema era quem ficaria para sempre na memória de Cajazeiras, nomes que seriam lembrados em ocasiões especiais, como costuma acontecer nas gincanas estudantis, em que grupos de alunos têm como tarefa conseguir algum objeto que faça referência a uma figura histórica da cidade.

Na opinião de meu pai, até aquela época, e acredito que ainda hoje, apenas três nomes se fundiriam ao futuro de Cajazeiras para sempre: o Padre Rolim, indiscutivelmente o grande nome da nossa historia, o poeta Cristiano Cartaxo e o médico Otacílio Jurema. Os dois primeiros, educadores. O ultimo como o político local de maior projeção. Meu pai, inclusive, observou que, para a posteridade, a riqueza material em vida não importava, e citava como exemplo o quase completo esquecimento pela maioria da população das figuras do Comandante Vital e do Coronel Sabino.

Costuma-se dizer que o brasileiro é um povo sem memória. Exageros à parte a afirmação procede. Ao contrario do Europeu, que tudo preserva e faz disso importante fonte de renda, nós não costumamos nem aprender com o passado quanto mais reverenciá-lo. Pode-se até alegar que fomos colonizados por uma nobreza não tão nobre assim, e que falta à nossa historia episódios dos quais pudéssemos nos orgulhar. Se isto é verdade, também é verdade que podemos construir um bom presente, que será no futuro, um passado a ser admirado. Assim podemos parar de colocar a culpa de todas as nossas mazelas nos queridos patrícios lusitanos.

Quando criança, meu avô Cristiano costumava contar um episodio da nossa historia, que culminou com a derrubada da casa de Mãe Aninha, para a construção do Cajazeiras Tênis Clube. Matou-se o berço da cidade para a elite tomar cerveja e jogar baralho, gritava indignado o meu avô, que foi voz isolada em assembléia convocada exclusivamente para decidir o futuro da casa da nossa matriarca. Quando adolescente vi o esforço vão de Dona Ica para salvar a sede da antiga prefeitura de Cajazeiras, substituída por um prédio de arquitetura no mínimo duvidosa. Um pouco mais adiante, vi derrubarem as duas cajazeiras que sobraram da casa de Mãe Aninha para dar lugar a um bar. Mataram o lugar onde em criança tive sombra, e que tanto namorei quando cresci, para colocar duas geladeiras e uma latada de zinco.

Por que toda essa conversa? Esta semana, mais precisamente dia 9 de Fevereiro, se vivo fosse, nosso estimado Dr. Waldemar Pires Ferreira completaria cem anos. Se a sua lembrança ainda esta acesa em muitos que foram tocados por essa genial figura, temo pelo que possa acontecer no futuro. Em vida foi um dos maiores seres humanos que conheci. Colocou seus conhecimentos médicos a serviço de sua comunidade, sem se preocupar com retornos financeiros ou políticos. Em uma época que não havia laboratórios ou raios-x, o Dr. Waldemar, trabalhando no anonimato na maioria das vezes, investia do próprio bolso para disponibilizar estas tecnologias no alto sertão. Não sou biógrafo, e não me atrevo a citar cursos realizados, prêmios obtidos ou cargos ocupados. Gostaria apenas que a nossa historia desse um melhor destino a memória do velho Waldemar, exemplo de humanismo que o fez, mesmo sem freqüentar igrejas, um verdadeiro cristão.

Sabino Rolim Guimarães Filho é médico oftalmologista residente em Campina Grande.

Blog: Coisas de Cajazeiras.


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Depoimentos de Cajazeirenses sobre a Orquestra Manaíra



E o clube 1º de maio ao som do conjunto de Bembem, que separado do Tênis clube apenas pela parede do Açude Grande tinha como resposta os famosos bailes da Orquestra Manaira”. 


 
 Os ensaios da Manaíra eram ali naquela salona que fica nos fundos do Círculo Operário, e eu e Ivaldo, meu irmão falecido, e mais alguns guris da Rua Pedro Américo, ficávamos sentados no chão da porta de entrada, no batente, ouvindo aqueles craques dos metais. Além da música eles ensaiavam coreografia. A orquestra disposta em filas, fazia com que, em determinado momento de uma nota musical, a primeira fila se levantava e logo a seguir se sentava para a segunda fila se levantar e depois sentar... Todos tocando. Parecia um balé musical, como os botões dos instrumentos apertados e soltos, baixados e levantados para emitirem notas musicais”...
“’Seu’ Esmerindo Cabrinha, também maestro, era vizinho à esquerda de minha casa, na Rua Pedro Américo, e era comum vê-lo, na calçada de sua casa, sentado numa cadeira de balanço, assobiando com uma pauta musical em mãos e balançando o dedo indicador como se estivesse regendo a orquestra. À direita, quatro casas a diante, residia Vicente de Joaninha, também saxofonista da orquestra. Mesmo da calçada de minha casa dava para ouvir seu ensaio caseiro com o saxofone...
Inesquecível ver e ouvir Mozart tocar sax, Milton no trompete, Rivaldo Santana no trombone de vara, Adelson na percussão e tantos outros que, de nome não mais lembro, mas lembro perfeitamente a sonoridade jazzística que marcou minha alma. Mais tarde descubro que a música de Glenn Miller era a música que eu ouvia da Orquestra Manaíra. Isso mesmo, a ordem era essa: Orquestra Manaíra e depois Glenn Miller, por razão infanto-sentimental.
Com certeza a Maníra foi o gérmen para outros grupos musicais, como a Orquestra Chaveron, de Zeilto Trajano, a Santa Cecília, de maestro Cabrinha, etc. e provavelmente a Manaíra tenha sido filhote da Orquestra Tabajara de Severino Araújo, fundada em 1934, em João Pessoa.
Quando vou pro meu trabalho, é inevitável ouvir no som do carro a Orquestra Manaíra. Tem cada música que dá vontade de parar o carro e sair dançando pelas ruas como Fred Astaire em Singin’ in the Rain (Cantando na Chuva, no Brasil)”

 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O ABRIGO LUCAS ZORN na bela visão do Marcos Diniz

Acompanho o ABRIGO LUCAS ZORN, desde os primórdios.
Tendo presenciado ainda menino, sua fundação pelo italiano Signore Zorn, pai do Lucas Zorn, no final dos anos 60.
Dr. João Izidro,
A criação do lar de idosos foi como agradecimento de uma promessa.
Depois, por muitos anos, sob a tutela do meu caríssimo amigo Padre Giuliano Pellegrini e da diretora da casa Sra. Maria Luzia Nogueira, ofereceu dignidade a idosos cajazeirenses.
Salientamos também, a valiosa dedicação do médico Dr. João Izidro, que prestou voluntariamente serviços médicos.
Iracema Galvão
E outros voluntários que colaboravam fre- quentemente em campan- has, como: Amneris Bandeira Flor, Iracema Marques Galvão, Estelita Moreira Figueiredo e inúmeros comerciantes locais que anonimamente, doavam alimentos, lençóis e outros gêneros para a manutenção da casa. Podemos citar entre outros: Arcanjo Albuquerque, Edilson Figueiredo, João Moreira Rangel, Valdemar Matias, Pedro Flor do Nascimento, citando estes por me serem mais conhecidos, numa lista interminável.
No entanto, por algum desses motivos que acontecem na vida, Giuliano se foi de Cajazeiras para nunca mais voltar.
Arcanjo Albuquerque
Detalhe: Levou consigo todos os idosos qu residiam na casa e os acompanhou até que estes se foram.
Valdemar Matias
Após um período de desativação e carências, com a generosidade de senhoras da sociedade local, voltou em 1996 a funcionar.
E você, Moicano de boa cepa. Aprendeu mais uma lição com CHICO.
Que numa visita dessas, sem alarde, mais uma vez prova ser O CIDADÃO, antes do político.
Abraço Moicano.

Marcos Diniz
Fortaleza - CE