Na década de 60, em Cajazeiras, casais de namorados fugiam da cidade para se casar. Isso fez com que casamentos fossem realizados dessa forma. Aliás, já não era mais novidade surgir comentários sobre fulano roubou sicrana para se casar. Talvez fosse uma forma de os pais da namorada não aceitar o namoro com o rapaz, ou talvez se vissem diante de uma grande despesa que seria feita para se concretizar um casamento feito na Igreja. Isso me fez lembrar que naquela época, dois amigos meus que estudavam no Colégio Estadual, foram passear em Natal, no Rio Grande Norte, e quando retornaram da viagem, os alunos do Estadual fizeram certo comentário: Kérson Maniçoba roubou Sinvalzinho. Explico: Sinvalzinho, filho do comerciante de molas para caminhões, Sinval Cavalcante, ganhou uma grana do pai dele e foi conhecer Natal. Nisso, convidou Kérson para essa viagem, fazendo com que a galera do Estadual fizesse gozação na volta dos dois ao colégio.
APOSTAS NAS ESCADARIAS
Lá pelos idos 60, em Cajazeiras, tinha um local onde a garotada gostava de fazer apostas para quem pulasse mais longe. Era na escadaria da Praça do Congresso atrás da Prefeitura. Essa escadaria com seus mais ou menos doze ou quinze lances de escada dava acesso para quem seguia para o Colégio Comercial Monsenhor Constantino Vieira e para a Catedral. A gente fazia pequena arrancada e ao pular por cima dos lances da escadaria, caia em baixo no chão de terra batida e isso fazia com que a queda amortecesse sem se machucar muito, quando não se estatelava no chão.
“OS CARIOCAS”
Quando eu, Kérson Maniçoba e Dedé Cabôco estudávamos no Colégio Estadual de Cajazeiras, tínhamos o apelido de “Os Cariocas”, porque fazíamos planos para morar no Rio de Janeiro após concluirmos o ginasial. Por isso, sempre que a gente ia para o Cine Éden assistir a um bom filme ficávamos muito atentos quando nos trailers que antecedia ao inicio dos filmes passava os gols do Campeonato Carioca pelo Canal 100, e as imagens focalizavam os torcedores que ficavam atrás das traves na hora dos gols. Certo dia Kérson nos comentou: “quando a gente for morar no Rio e for ao Maracanã assistir aos jogos, vamos ficar sempre atrás do gol para que o pessoal daqui de Cajazeiras nos veja na telona do Cine Éden”.
APOSTAS NAS ESCADARIAS
Lá pelos idos 60, em Cajazeiras, tinha um local onde a garotada gostava de fazer apostas para quem pulasse mais longe. Era na escadaria da Praça do Congresso atrás da Prefeitura. Essa escadaria com seus mais ou menos doze ou quinze lances de escada dava acesso para quem seguia para o Colégio Comercial Monsenhor Constantino Vieira e para a Catedral. A gente fazia pequena arrancada e ao pular por cima dos lances da escadaria, caia em baixo no chão de terra batida e isso fazia com que a queda amortecesse sem se machucar muito, quando não se estatelava no chão.
“OS CARIOCAS”
Quando eu, Kérson Maniçoba e Dedé Cabôco estudávamos no Colégio Estadual de Cajazeiras, tínhamos o apelido de “Os Cariocas”, porque fazíamos planos para morar no Rio de Janeiro após concluirmos o ginasial. Por isso, sempre que a gente ia para o Cine Éden assistir a um bom filme ficávamos muito atentos quando nos trailers que antecedia ao inicio dos filmes passava os gols do Campeonato Carioca pelo Canal 100, e as imagens focalizavam os torcedores que ficavam atrás das traves na hora dos gols. Certo dia Kérson nos comentou: “quando a gente for morar no Rio e for ao Maracanã assistir aos jogos, vamos ficar sempre atrás do gol para que o pessoal daqui de Cajazeiras nos veja na telona do Cine Éden”.
VITROLINHAS PORTÁTEIS
Ainda na década de sessenta, no embalo das músicas da Jovem Guarda e dos Beatles, jovens gostavam de ouvir músicas na vitrolinha portátil, onde tinha um compartimento para colocar quatro ou seis pilhas grandes. As vitrolinhas portáteis - por serem bem leves - eram fabricadas de plástico resistente e em várias cores. William, filho de pai carioca, tinha uma dessas e por várias vezes nós – eu, Virgílio, Nêgo Riba, Kérson, Nenê de Iraídes do Foto Recife, Célio Cabôco e Edmar Tebejim – saímos para fazer serenatas nas ruas de Cajazeiras. Comprávamos a cachaça caranguejo ou Pitu, acompanhada de farofa de sardinha como tira-gosto.
HIPPIES
No fim dos anos 60, eu e Edmar Tebejim, já de férias do Colégio Estadual, fomos de carona em um jeep para Monte Horebe (PB), cidade dos meus pais. Ficamos hospedados no sítio Rita, do meu avô João Martins, a cinco kms de Horebe. Valdim, meu irmão, já estava na Rita. Depois fomos para Monte Horebe almoçar na casa de seu Lourival Dias, então prefeito da cidade. Seu Lourival e dona Aldenora são pais de nossas colegas do Colégio Estadual: Ilma, Edilma, Edmara e Edna. Naquela manhã, nos divertimos com muito bate- papo, ouvimos músicas tocadas de violão, bebemos uns goles de cervejas e a seguir o almoço. No final da tarde voltamos ao sítio Rita. São quarenta e sete kms de Monte Horebe a Cajazeiras. No dia seguinte, bem cedinho, eu e Edmar saímos rumo a Cajazeiras, a pé, isso mesmo. Naquela época não existia asfalto, era pura terra. De mochilha nas costas, os carros passavam e nos ofereciam carona e nós recusávamos, porque nos sentíamos como se fôssemos hippies. Chegando em São José de Piranhas, dezessete km de Monte Horebe, encontramos o motorista da Saelpa, Chico Formiga, no jeep da empresa de eletricidade e nos convidou para irmos para Carrapateira e de lá fomos para Cajazeiras.
Ainda na década de sessenta, no embalo das músicas da Jovem Guarda e dos Beatles, jovens gostavam de ouvir músicas na vitrolinha portátil, onde tinha um compartimento para colocar quatro ou seis pilhas grandes. As vitrolinhas portáteis - por serem bem leves - eram fabricadas de plástico resistente e em várias cores. William, filho de pai carioca, tinha uma dessas e por várias vezes nós – eu, Virgílio, Nêgo Riba, Kérson, Nenê de Iraídes do Foto Recife, Célio Cabôco e Edmar Tebejim – saímos para fazer serenatas nas ruas de Cajazeiras. Comprávamos a cachaça caranguejo ou Pitu, acompanhada de farofa de sardinha como tira-gosto.
HIPPIES
No fim dos anos 60, eu e Edmar Tebejim, já de férias do Colégio Estadual, fomos de carona em um jeep para Monte Horebe (PB), cidade dos meus pais. Ficamos hospedados no sítio Rita, do meu avô João Martins, a cinco kms de Horebe. Valdim, meu irmão, já estava na Rita. Depois fomos para Monte Horebe almoçar na casa de seu Lourival Dias, então prefeito da cidade. Seu Lourival e dona Aldenora são pais de nossas colegas do Colégio Estadual: Ilma, Edilma, Edmara e Edna. Naquela manhã, nos divertimos com muito bate- papo, ouvimos músicas tocadas de violão, bebemos uns goles de cervejas e a seguir o almoço. No final da tarde voltamos ao sítio Rita. São quarenta e sete kms de Monte Horebe a Cajazeiras. No dia seguinte, bem cedinho, eu e Edmar saímos rumo a Cajazeiras, a pé, isso mesmo. Naquela época não existia asfalto, era pura terra. De mochilha nas costas, os carros passavam e nos ofereciam carona e nós recusávamos, porque nos sentíamos como se fôssemos hippies. Chegando em São José de Piranhas, dezessete km de Monte Horebe, encontramos o motorista da Saelpa, Chico Formiga, no jeep da empresa de eletricidade e nos convidou para irmos para Carrapateira e de lá fomos para Cajazeiras.
TRILHOS DO TREM
O terminal do ramal da estação do trem em Cajazeiras foi inaugurado em 5 de agosto de 1926 e desativado em 1971. Está de pé até hoje. A estação foi tombada em 2001 pelo IPHAEP (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba), e atualmente serve de sede para o Núcleo de Extensão Cultural da UFPB/CFP/NEC. Lembro-me que e linha férrea passava pelo bairro Santa Cecília e neste trecho tinha uma caixa d'água bem alta onde o trem passava ao lado dela. Todas às vezes que eu e meus amigos íamos para a AABB treinar futebol de salão (hoje futsal), a gente gostava de ir andando ou mesmo correndo por cima dos trilhos. As quedas que levávamos ao pisar em falso nos trilhos eram normais.
O terminal do ramal da estação do trem em Cajazeiras foi inaugurado em 5 de agosto de 1926 e desativado em 1971. Está de pé até hoje. A estação foi tombada em 2001 pelo IPHAEP (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba), e atualmente serve de sede para o Núcleo de Extensão Cultural da UFPB/CFP/NEC. Lembro-me que e linha férrea passava pelo bairro Santa Cecília e neste trecho tinha uma caixa d'água bem alta onde o trem passava ao lado dela. Todas às vezes que eu e meus amigos íamos para a AABB treinar futebol de salão (hoje futsal), a gente gostava de ir andando ou mesmo correndo por cima dos trilhos. As quedas que levávamos ao pisar em falso nos trilhos eram normais.
PEREIRA FILHO
Radialista
Rádio Nacional de Brasília
jfilho@ebc.com.br
Radialista
Rádio Nacional de Brasília
jfilho@ebc.com.br