Lá
vai estória!!
Creio
que Rubismar Galvão, o mais amadurecido da raça ruim dos tempos de ginásio, no
entanto, era um presepeiro de marca maior. Articulava
diplomaticamente e envolvia a todos com seus conceitos. Foi quem me apresentou para
Zecão.
O referido bodegueiro, homem de estatura alta
para os padrões de nossa terra, daí o codinome Zecão. Não era um merceeiro
qualquer. Alem de ter um comércio onde se achava produtos não encontrados em
outros estabelecimentos, era um letrado. Vivia lendo um dicionário, que estava sempre
aberto em cima do balcão.
Gostava
de responder a quem lhe perguntava o significado de palavras não muito usuais
no dia-a-dia.
Formávamos
um grupo para no final das aulas ir aporrinhar o cidadão, com um punhado de
palavras difíceis escolhidas a dedo.
E
assim sucedeu em várias incursões. O que ele não respondia de bate pronto,
disfarçadamente olhava no dicionário entre o atendimento a um cliente e outro e
nos dava a resposta.
Nós
amaciávamos seu ego com elogios, ele agradecia e se prontificava a nos receber
quantas vezes fosse necessário respostas às nossas pesquisas estudantis.
O
nosso intuito era que um dia ele se enrolasse não sabendo nos responder algum
significado.
Numa das vezes, alguém engendrou para
perguntarmos a diferença entre havaianas e japonesas (os chinelos claro).
Dito
e feito. Pergunta articulada e nada de Zecão responder satisfatoriamente.
Começou a se aperrear com nossa insistência, pois também tinha fama de ser de
pavio curto.
Insistimos
na resposta e ele já meio aborrecido disse:
- Sei não... Vão aí ao vizinho, vão! Ele é que
é o rei das japonesas.
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