domingo, 19 de janeiro de 2014

No meio do caminho há um túmulo!

Quem passa na estrada jamais poderá imaginar que nesta casa no meio do mundo, entre Catolé do Rocha e Brejo do Cruz (PB) neste sítio encontrará os restos mortais do ex-governador da Paraíba João Agripino.

A fazenda, a casa em nada se diferencia de tantas que se avista à beira da estrada.
Quem passar por lá jamais imaginará que lá é a última morada do ex-governador da Paraíba, João Agripino.
Quem chega não espera a surpresa que há lá dentro
 A placa homenageando o morto ilustre do Governo do Estado já impõe respeito aos visitantes.
Constatando com o rústico ambiente há várias molduras com retratos do  ex-governador.
 Nas diferentes idades.
Perfil muito conhecido do ex-governador. 
 A mãe.
João Agripino, o primeiro em pé à direita com a mãe e familiares.
Moldura com recorte de jornal.
Release noticiando a morte de Agripino aos 73 anos.
Mais releases sobre Agripino 
O ex-presidente JK com Agripino.
O túmulo do ex-governador da Paraíba João Agripino.
 O mausoléu fica neste quarto onde nasceu João Agripino.

 

sábado, 18 de janeiro de 2014

Sobre o Autor do Quadro

Quadro que representa a chegada da família Rolim no Sítio Cajazeiras e início da fundação da cidade, 
pintado por W.J.Solha, exposto na Biblioteca Castro Pinto, resiste as intempéries do tempo, 
mas precisa urgentemente de ser restaurado. Não deixem essa importante obra plástica
que representa o princípio da nossa história se acabar. 

Waldemar José Solha (W.J.Solha com é conhecido) nasceu em 1941, em Sorocaba, Estado de São Paulo, mas radicou-se na Paraíba desde 1962. É escritor, cordelista e artista plástico. Tem também passagens pela artes cênicas. Escreveu e montou as peças: "A Batalha de OL contra o Gígante Ferr" em 1986, e "A Verdadeira História de Jesus" em 1988. Escreveu também "Os Gracos" (inédito), "A Bagaceira" e "Papa-Rabo"(montadas pelo ator e diretor Fernando Teixeira em 1982 e 1984),"Burgueses ou Meliantes" (peça dirigida pelo cajazeirense Ubiratan de Assis em 1988), e "A Batalha de Oliveiros contra o Gigante Ferrabrás", Montada por Ricardo Torres em 1991. 
Escreve os textos para "Cantata Pra Alagamar" - música de José Alberto Kaplan; gravação de Discos: Marcus Pereira 1980 e "Os Indispensáveis", - para música de Eli-Eri Moura apresentada em João Pessoa em 1992. Trabalhou como ator nos filmes "O Salário da Morte", dirigido por Linduarte Noronha em 1969; "Fogo Morto", dirigido por Marcus Farias; "Soledade", dirigido por Paulo Thiago (ambos de 1975); "A Canga", de Marcus Vilar, em 2001 e "Lua Cambará", dirigido por Rosemberg Cariry em 2002. 
É autor dos painéis "Homenagem a Shakespeare", de 1997, em exposição permanente no auditório da reitoria da UFPb e "A Ceia", de 1989, no Sindicato dos Bancários da Paraíba.  Como escritor é autor dos livros: "O Relato de Próculo"; "Israel Rêmora" (Prémio Fernando Chinaglia em 1974); "A Canga"; "A Batalha de Oliveiros" (Prémio Instituto Nacional do Livro, em 1988); "A Verdadeira Estória de Jesus"; "Shake-Up" e "Zé Américo foi princeso no trono da monarquia".

 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Barão das Cajazeiras?

por Francisco Frassales Cartaxo
Coronel Justino Bezer- ra é nome da rua, que começa na padre Manuel Mariano e finda na avenida engenheiro Carlos Pires de Sá, perto do Cemitério Coração de Maria. Justino Bezerra era um homem rico, comerciante, proprietário ru- ral, político atuante no final do século 19 e início do século 20. Exerceu com desenvoltura a chefia política em Cajazeiras, tendo sido prefeito muitos anos, quando a Paraíba vivia sob o domínio da oligarquia chefiada por Álvaro Machado. Fazia contraponto à hegemonia dos Rolim, Cartaxo e Coelho. Por coincidência, coronel Justino faleceu em 1913, pouco mais de um ano após a morte de seu grande chefe.
O padre Raimundo Honório Rolim conta que o coronel Justino Bezerra tentou conseguir o título de barão. Teria sido o Barão das Cajazeiras? É provável que tenha desembolsado razoável quantia para comprá-lo. Pelo menos, se dispunha a fazê-lo. Mas a República amanheceu na casa do imperador Pedro II e, de madrugada, deportou a família real. Lá se foi assim a distribuição de honrarias em troca de dinheiro, e apoio material e político à Monarquia. Depois que dom João VI se instalou no Brasil, fugindo do exército de Napoleão, teve início a concessão de títulos de “nobreza” a ricos fazendeiros, produtores de café e açúcar, banqueiros, comerciantes, donos e traficantes de escravos. Era uma troca de favores entre o poder e homens ricos, militares, chalaças e mulheres.
Duque era o título mais importante. Na sequência vinham os de marquês, conde, visconde e, por último, o de barão, o mais insignificante nesse mercado de vaidades e interesses, muitas vezes, escusos. Mesmo assim, quem desejava ser barão haveria de desembolsar uma pequena fortuna, equivalente, na época, a 4 ou 5 anos de trabalho de um soldado, um alfaiate ou um carpinteiro, segundo estimativa de Laurentino Gomes no seu mais recente livro, “1889”.  O título de duque valia três vezes mais do que o de barão. Em tempo de crise, as concessões nobiliárquicas aumentavam muito, como sucedeu nos estertores da Monarquia. Muitos militares foram então agraciados, numa tentativa do Império granjear a simpatia das armas. Tantos que até virou piada. Dizia-se: “Sai daí, cachorro, senão eu ti faço barão”...
Nem por isso, o coronel Justino Bezerra conseguiu seu galardão. O velho monarca Pedro II já havia sido deposto, quando, mesmo assim, o visconde Nogueira da Gama lhe trouxe, burocraticamente, uma pasta com um monte de papeis, inclusive títulos de barão, prontinhos para assinatura, no último suspiro do poder... Quem sabe, o ato do coronel Justino lá estaria encalhado no meio daqueles quase documentos.

Não era só dinheiro, porém, o fermento da “nobreza” brasileira. Havia outras motivações para o reconhecimento do imperador. O título de duque era o topo da honraria. Durante décadas, até 1889, só duas pessoas tiveram a glória de exibir tamanho privilégio: Luís Alves de Lima e Silva, o famoso Duque de Caxias; e Isabel Maria de Alcântara, a duquesa de Goiás, filha de Domitila de Castro, a amante preferida, entre as muitas do imperador Pedro I, que, aliás, a fez marquesa de Santos. Caxias conquistou seu título, lutando na Guerra do Paraguai. E Domitila? Na cama. Mas isso é outra história...