domingo, 3 de julho de 2016

Quando a cegonha trouxe o segundo bebê de Teresa e Chico Rolim!



     

A casa à Rua Bonifácio Moura 
em frente à ladeira da Rua Siqueira Campos

    Não tenho nada a reclamar quando da minha chegada ao mundo. O então Prefeito Otacílio Jurema calçou a Rua Bonifácio Moura (á época não passava de caminho poeirento aos fundos das casas da Rua Juvêncio Carneiro) onde Deus escolheu como o local para a defenestração de um feto que já lutava para deixar o útero  da minha mãe. A parteira que veio para os serviços de parto encontrou a rua já pavimentada, comodidade que não teve quando veio assistir o da minha irmã mais velha, Anacleide. 
     Cheguei ao mundo pelas mãos de uma parteira (vou ficar devendo o seu nome) nu-ma rua que tinha sido calçada recentemente pelo então Prefeito Otacílio Jurema para que eu abrisse os olhos condignamente. A minha irmã mais velha não teve a mesma sorte, a Rua Bonifácio Moura (coincidentemente nascido no mesmo dia que eu, 10 de dezembro) não passava de uma artéria esburacada em que se viam os muros dos fundos dos quintais das casas abastadas da Rua Juvêncio Carneiro e a minha casa na-talícia  ficava aos fundos da casa aonde vi-veu o saudoso Moisés Braga na Rua Juvêncio Carneiro. Não tinha vizinhos. Ambos os lados eram quintais, em quase toda  extensão lado desta da rua.
Fui acompanhado por papai que 
muito ajudou nas recordações
do tempo que habitei este tugúrio.
     A casa para a época era considerada de classe média no ranking de Ca-jazeiras de então. Não havia serviços de energia elétrica, a cidade dispu-nha de um velho gerador de gás pobre, como se chamava. Papai procurou o então prefeito, seu primo Arsênio Araruna, e este negou ligar energia, com o justo argumento de que o gerador estava totalmente sobrecarregado: "e se eu lhe atender, outros vão querer também". Mas quando eu nasci já as luzes da casa acendia. Tive sempre sorte! Mas apesar desta adversidade a casa já era de tijolos num burgo em que a grande maioria ainda era de taipa. Tinha jardim! Após este, a fachada composta de três janelas estreitas e altas com uma platibanda a camuflar o telhado, do lado direito de quem a olha da rua havia um recuo de poucos metros onde pela parede lateral abria-se a porta principal e   uma janela e ainda uma outra para a rua; piso do que tinha de mais requintado: mosaicos com figuras diversas e disposto alternadamente, abrilhantando o ambiente. Até hoje permanece. Até hoje a casa pertence à nossa família, um bem avoengo maternal.
O quarto aonde nasci,
só os móveis não são os mesmos.
     O  restante da casa não foge às disposições arqui-tetônicas da década de 50. Após a sala de visita vinha a sala de jantar, com o quarto de casal à direita, arejada com mais uma ja-nela para a o recuo do jar-dim. Adiante a cozinha com o banheiro à direita. Um lu xo grande ter banheiro dentro de casa. E final e obviamente vinha o quintal. 
A cozinha como toda a casas permanece sem  
nenhuma modificação substancial na sua estrutura
     O curioso era que a criançada não era chegada ao quintal cimentado, on-de havia apenas um ba-nheiro no canto esquerdo e um coqueiro. Na nossa imaginação pueril era um local lúgubre, horripi-lante. É que um homem ti-nha se enforcado no banheiro. O difícil imagi-nar como teve sucesso no inditoso ato, pois o pé-direito do ba-nheiro era e é menos de dois metros. Ou o infeliz era anão ou curvou os joelhos bastante para ter sucesso na desditosa empreitada. Restou os comentários: "é por isto que Chico comprou tão barato esta casa!
     O que me lembro da temporada em que habitei este tugúrio me vem pelo o que me contaram a posteriori. Morei apenas os cinco ou seis primeiros anos da minha vida. 

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