quinta-feira, 16 de maio de 2013

Jornal Nova Era

por Francisco Frassales Cartaxo
Nova Era é o nome do jornal oficial do município de Cajazeiras. Criado pela lei municipal nº 617, de 30 de janeiro de 1977, como veículo impresso “destinado a publicações periódicas de Atos do Poder Executivo Municipal Cajazeirense e de outras comunas, bem como assuntos de interesse da coletividade.” Assim diz a lei, cuja iniciativa foi do prefeito Antonio Quirino de Moura. O nome, Nova Era, nasceu de sugestão do ex-prefeito Celso Matos Rolim. A lei é assinada, também, pelo bacharel Heraldo Maciel Braga, um discreto servidor público, eficiente e correto, hoje aposentado. Instituído por Quirino em janeiro, no entanto só começou a circular em 17 de setembro de 1977, na gestão de Francisco Matias Rolim, eleito prefeito pela segunda vez em 1976.
O jornal Nova Era tinha o propósito de “circular quinzenalmente”. Ficou na intenção. Saía ao sabor da vontade do prefeito, não apenas com atos formais de divulgação obrigatória: leis, decretos, resoluções, editais, avisos, comunicados etc. Funciona também como meio de propaganda da administração e do gestor. Igual a muitos congêneres. Os primeiros números não exibiam maiores atrativos visuais ou de conteúdo. Com o passar do tempo, porém, as matérias começam a deslizar para a fronteira entre o legal e o irregular em face da legislação restritiva à personificação das ações com recursos públicos.
Professor Antonio de Souza e
o seu pseudônimo de Estephanio
   Na época de Chico Rolim, o Nova Era viveu um de seus momentos mais im- portantes, graças a colaboração do pro- fessor Antonio de Souza, instado a escrever textos so-bre a vida política, a-dministrativa, so- cial, religiosa do município, sempre com sua inegável seriedade. Antonio de Souza, que nos anos de 1920 man- tivera o jornal O Sport, produziu pa- ra o Nova Era matérias relevan- tes, ora sob o pseudônimo de Estephanio, ora de Fernando Fernandes. Os assuntos por ele abordados eram de grande significação, vistos hoje de uma perspectiva histórica. Assim, de periódico burocrático, de leitura monótona, o impresso da prefeitura passou a divulgar informações e comentários úteis à comunidade cajazeirense, com a chancela de quem se credenciara, como professor, funcionário público, político e jornalista, para falar de episódios e personalidades fundamentais da nossa história. O privilégio de contar com Antonio de Souza no jornal oficial do município ocorreu enquanto Chico Rolim governou Cajazeiras, e teve o apoio entusiasta de Marcos Pereira, então secretário do planejamento. Sem dúvida, o jornal Nova Era, com as características agora realçadas, prestou à história de Cajazeiras um serviço inestimável, além de economizar parcos recursos do município, pressuposto da sua criação.
        O jornal viveu diferentes fases, amoldando-se ao espírito e às inclinações do ocupante da chefia do executivo caja- zeirense. Na gestão de José Nello Rodrigues, por exemplo, o Nova Era ficou mais leve, de formato atraente, talvez mais profissional em seus padrões jornalísticos, mais parecido com peças de marketing político. Cometeu, porém, um equívoco lastimável ao interromper a sequência numérica que deveria ser permanente como sucede com os jornais oficiais. Em lugar do número puro e simples do exemplar, seguido do usual dia, mês e ano, passou a identificá-lo a cada ano, quebrando o sentido de órgão republicano. Assim agindo, deram-lhe dimensão anual, um passo, portanto, para vincular o jornal ao governo eventual e não ao município, instância constitucional da federação. 


Mais alguns releases do jornal:


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