por Francisco
Frassales Cartaxo
A história de Cajazeiras está liga-da a de São José
de Piranhas. Não falo da história recente, mas do passado, da origem dos dois
municípios sertane-jos. Por isso não me refiro à cidade a-tual, (ex-Jatobá), que
substituiu o núcleo urbano inundado pelo Açude Engenheiro Ávidos. As ligações do
presente são importantes, porém, no passado elas foram muito significativas e
entrelaçadas em vários campos: na política, na economia, na religião, nos laços
de família. De forma que, é impossível compreender a evolução inicial de nossa
história sem conhecer a conduta de personagens que marcaram a formação desses
municípios. Basta mencionar dois momentos simbólicos para tornar mais clara a
afirmativa.
Um segundo momento simbólico é de natureza eleitoral.
A autonomia político-administrativa de Cajazeiras, em 1863, veio com a incorporação
ao novo município dos distritos de São José de Piranhas e Santa Fé. Assim, a
jurisdição eleitoral com sede na vila de Cajazeiras ampliou-se e adquiriu, por
imposição legal, muito mais heterogeneidade, alterando a correlação de forças na
disputa pelo poder local, antes restrita aos grupos cajazeirenses aglutinados no
Partido Liberal e no Partido Conservador. Portanto, sem conhecer bem as nuanças
desse intrincado momento de nossa história, insisto, é impossível desvendar,
sem fantasias, episódios nebulosos, tais como o conflito armado do dia 18 de
agosto de 1872, quando foi morto o tenente João Antonio do Couto Cartaxo, chefe
do Partido Liberal.
Deusdedit Leitão deixou livros e textos esparsos acerca
da história dos dois municípios, que muito ajudam a esclarecer nosso passado. Hoje,
estudiosos de São José de Piranhas refazem essas trilhas históricas e lançam mais
luz nessa nebulosa fase, à frente o historiador Messias Ferreira Lima,
coadjuvado por outros mais jovens, como o professor Francisco Pereira, Marconi
Gomes Vieira, para citar apenas dois.
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