domingo, 31 de janeiro de 2016

*O modernismo de Cajazeiras/PB a partir da cultura teatral (1950-1960)*

Cajazeiras do Padre Rolim, diria certamente pelo seu signo é a cidade da cultura. Aqui surgiu o vanguardismo em várias áreas do conhecimento humano.
No corolário desta assertiva o blog disponibiliza um vídeo amador um narrativa da história do teatro em Cajazeiras da larva de Lidiane Lima Estrela, Walter Nunes de Sousa e Yan Bezerra, alunos da disciplina História do Brasil IV, do Curso de História da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Abaixo uma sinopse do vídeo:

   Na década de 60 a cidade de Cajazeiras vivia um momento intensa atividade cultural, o pioneiro sistema de comunicação, a rádio Norte Publicidades Radiofônicas, a NPR, ainda jovem, mantinha diversos programas e narrava a cajazeirense.





 Clubes promoviam importantes eventos culturais, como no clube 1.º de Maio, a cidade assistiu o renomado e consagrado cantor Alcides Gerardi numa apresentação memorável em 22 de outubro de 1961.

   Além do clube 1.º  de Maio existia o clu-be Oito de Maio e fundado na década - de 50, o Cajazeiras Tênis, iniciativa de Fran-cisco Matias Rolim, o futuro prefeito Chico Rolim que iria dar vida a muitos setores da vida cajazeirense. 
Foi ali no Tênis Club que as primeiras companhias de teatro, começaram a se apresentar em Cajazeiras, mas qual era a ação disto com o contexto do Brasil.

Desta forma podemos ver que a vida cultural de Cajazeiras sofria ou recebia influ-ências das políticas nacionais de desenvolvimento e moder nização e assim desenvolvia o seu modernismo.



    Desta forma podemos ver que a vida cultural de Cajazeiras sofria ou recebia influências das políticas nacionais de desenvolvimento e moder nização e assim desenvolvia o seu modernismo
   O processo de moderniza ção com a criação de indústrias, fábricas e fortalecimento do setor comercial influenciou diretamente na práticas culturais, se na Cajazeiras neste período era um polo de desenvolvimento no estado da Paraíba era fácil imaginar como fervilhava as práticas culturais nas décadas de 50 e 60, fruto do período do estado-novista e do período JK e aqui destacamos o papel do teatro.

Em seus estudos Julieta Pordeus Gade-lha aponta os primeiros grupos teatrais de Cajazeiras como os Romei ros do Futuro da dé-cada de 30 e na década de 50 e 60 como o teatro de amadores de Cajazeiras, o TAC, fundado em 1953 e também o grudo amador de Cajazeiras, o grupo sob a direção de Geraldo Ludugero e assim como outros grupos que foram surgindo como a moderna equipe de teatro de Cajazeiras, o METAC, o grupo Boiada e o Grupo Terra.


Chico Cardoso apontando como um dos grandes nomes do teatro na região sertaneja em entrevista afirmou: "não se pode negar que o teatro teve início aqui em Cajazeiras sob a liderança incontestável de Íracles Pires”.






Zeilto Trajano, um expoente da comunicação


     Muitos radialistas não são cajazeirenses e sim cajazeirados, fizeram história na “Cidade que ensinou a Paraíba a ler” e um deles foi marcante na história da radiodifusão de Cajazeiras. Seu nome é Zeilto Trajano de Sousa, que nasceu em Pombal, Paraíba, em abril de 1944. 
 Zeilto casou-se com a senhora Francisca de Lima Sousa e era pai de quatro lindas meninas: Nadja, Alba, Kátia e Márcia. Era filho de Otacílio e Nely, e tinha como irmãos; Socorro, Zelita, Zita, Maria do Carmo e Otacílio Trajano, que também militou ou milita no rádio. 
Ele iniciou suas atividades em Pombal em microfone de serviços de alto falantes, no início da década de 60, em carro de som, que circulava nas ruas de Pombal, fazendo propaganda das Lojas Paulista. Aos sábados ele ficava nas portas da referida loja convocando as pessoas que por ali passavam a entrarem e comprar produtos mais baratos. 
Tempos depois ele foi trabalhar na Difusora Rádio Maringá, de propriedade do senhor Raimundo Lacerda, conhecido por Raimundo Sacristão). Em 1967, Zeilto recebeu convite para trabalhar na Rádio Alto Piranhas, de Cajazeiras, emissora da Paróquia, que era conhecida como a Rádio do Bispo e em pouco tempo que estava nessa emissora começou a exercer o cargo de diretor. Ele também era narrador esportivo da emissora. Zeilto veio a projetar-se na Rádio Alto Piranhas e conquistou audiência com programas criados por ele, a exemplo da “Discoteca Dinamite”, de cunho jornalístico, juntamente com o médico doutor Júlio Bandeira de Melo. Outro programa de Zeilto com grande audiência na região, era aos domingos, “Encontro com Nelson”, onde rolava músicas de Nelson Gonçalves e outros cantores. Ao completar 15 anos com esse programa, ele teve a oportunidade de entrevistar no seu programa o referido cantor. 
Zeilto Trajano teve a oportunidade de transmitir direto de sua cidade, Pombal, através dos microfones da Rádio Alto Piranhas, a Festa do Rosário, a mais conhecida festa religiosa da região. Transmitiu ainda uma festa direto do Pombal Ideal Clube, intitulada “A Paraíba em Uma Noite”. Fez também a cobertura da inauguração da rodovia federal BR 427, que liga Pombal ao Rio Grande do Norte, com a presença do então ministro dos Transportes, Mário Andreazza. 
Ele criou slogans para enaltecer Cajazeiras onde costumava dizer através dos microfones da Rádio Alto Piranhas, “Minha Linda Cajazeiras” e uma vinheta da emissora: “Rádio Alto Piranhas, a única emissora de Cajazeiras, na Paraíba, que o Nordeste conhece”. 
Zeilto também tinha na veia, uma outra habilidade: a música. Ele fundou uma orquestra em Cajazeiras, chamada de “Chaveron”. Tempos depois fundou mais duas orquestras com os nomes de “Chavereque” e “Oritimbó”, que animavam as matinês dos clubes na época dos carnavais de Cajazeiras. Ele compôs uma música carnavalesca intitulada “Maroaje”. 
Depois de 18 anos na Rádio Alto Piranhas, Zeilto foi trabalhar na Rádio Arapuã, de João Pessoa, assumindo a direção comercial dessa emissora e apresentava o programa “Café da Manhã”. Certo dia, foi para o Aeroporto Castro Pinto para fazer a cobertura da chegada do então Presidente da República, Ernesto Geisel, que foi para a Paraíba cumprir agenda de compromissos com o governo do estado. Ao finalizar a transmissão, se sentiu cansado, debruçou no volante do seu carro e começou a passar mal. A partir daí foi levado imediatamente para a Casa de Saúde São Vicente de Paula, de João Pessoa, aonde veio a falecer de aneurisma, em 25 de agosto de 1982. Seu sepultamento foi em Pombal onde teve um grande acompanhamento de pessoas de todas as classes sociais dessa cidade. 
 Eu tive um grande prazer em ter trabalhado com Zeilto Trajano, na Rádio Alto Piranhas, em 1971, e admirava muito o seu jeito de saber cativar as pessoas com sua simplicidade, seu caráter e dinamismo. Junto com Zeilto e demais colegas da emissora, viajei para São José de Piranhas (Jatobá), onde fomos jogar uma partida de futebol de salão, contra uma equipe local. Viajei ainda para Sousa juntamente com a equipe de esportes da Rádio Alto Piranhas, para fazer uma cobertura de um amistoso contra a Seleção de Sousa. Sou um profissional realizado, por ter trabalhado com radialistas de grande nível, a exemplo de Zeilto Trajano, Jota Gomes e Almair Furtado, colegas esses que já partiram para um outro mundo. 


 PEREIRA FILHO É RADIALISTA EM BRASÍLIA/DF

domingo, 17 de janeiro de 2016

*Entrevista com o padre Raymundo Rolim*


Brasão da família Rolim
BLOG: quais foram as origens do Padre Rolim?
Padre Raymundo Rolim: o padre Inácio de Sousa Rolim era filho do casal Vital de Sousa Rolim e Francisca Ana de Albuquerque, essa era natural do Rio Grande do Norte e o Vital de Sousa Rolim era de Pernambucano, vieram do Ceará para a Paraíba. Chegando a Cajazeiras, o casal foi residir primeiro no sítio Serra Vermelha, depois no sítio Serrote, onde justamente nasceu o terceiro filho, o Inácio de Sousa Rolim. Então observa-se o fundamento da família Rolim na cidade e na região de Cajazeiras.
BLOG: qual era a opinião geral do povo, seus contemporâneos, sobre a vida do Padre Rolim?
Padre Raymundo Rolim: a opinião geral das pessoas, conterrâ-neos e contemporâ-neos de Inácio de Sousa Rolim atesta-vam que desde a menor idade, da infância e da juven-tude, já era um jovem sensato, equi-librado, simples e como diz um termo adequado, morige-rado, quer dizer, de bons costumes, de bom exemplo. Dessa maneira fez os primeiros estudos em Cajazeiras, em seguida foi estudar no Crato, no Estado do Ceará, onde também aparece um testemunho muito bonito do vigário do Crato, o Padre Saldanha, depois também do vigário da cidade de Sousa, o Padre Costa onde o Padre Rolim também estudou durante um ano e em todas essas etapas de seus estudos, de sua educação, está escrito nos livros o testemunho do povo, que se tratava de um jovem de bom comportamento; ótimas informações eram dadas sempre a respeito dele.  No ano de 1822 (ele nasceu em 1800) com 22 anos de idade ele ingressou no seminário de Olinda, no Pernambuco, já para fazer os últimos estudos de Teologia e Filosofia. Apenas estudou três anos e deu conta de todos os tratados de Teologia e Filosofia, sendo ordenado padre em 1925. Depois de ordenado padre, ainda permaneceu lá no seminário de Olinda, onde exerceu alguns cargos de confiança da reitoria e do bispo de Olinda e em seguida ele ficou assumindo, após a sua ordenação, a reitoria do seminário de Olinda.
BLOG: qual e como foi a sua caminhada vo-cacional? E sua ordenação?
Padre Raymundo Rolim: A sua ordenação foi exatamente a sua caminhada vo-cacional como eu já falei, tanto dos seus estudos como de seus testemun-hos de vida cristã, eram admirados por todos os co-legas e por toda a diretoria do semi-nário de Olinda. Existe até uma carta comendatícia, quer dizer de recomendação dos seus comportamentos, do bispo de Olinda, Dom Tomás Noronha, que, lida, todo mundo entende, como se tratava de um jovem cheio de ideais e de virtudes que deram lugar a sua ordenação que foi feita exatamente dentro de seis meses quando recebeu todas as ordens sacras. Desde as ordens menores e as três ordens maiores, subdiaconato, diaconato e o presbiterato, todos foram dados dentro de um mês, pela a sua indiscutível competência. Não houve período de experiência, para que alguém denunciasse qualquer coisa a respeito dele como é a regra, porque todas as informações que vinham por onde ele passou, eram ótimas. Eram de grandes virtudes e por isso mesmo a sua caminhada vocacional foi realmente coroada de boas informações a respeito de um homem de Deus, de muitas virtudes.
BLOG: qual sua missão de padre?
Padre Raymundo Rolim: depois de ordenado ele permaneceu em Olinda como diretor e professor do se-minário, até 1829, quando aceitando, por obediência ecle-siástica, o pedido do bispo de Olinda e o bispo de três Esta-dos: o Rio Grande do Norte, da Paraíba e do Pernambuco. Mas o seu amor pelo sertão, sempre aquela vontade de voltar ao seu rincão natal, aliado à carência de padres dedicados na região, tudo isto o motivou a se  dedicar também a maior parte do seu tempo à educação religiosa dos jovens, mas, sobre tudo a dedicação pastoral. Havia muitos padres naquele tempo envolvidos em política como também envolvidos em várias atividades não sacerdotais, por isso havia muita falta de padres no interior e ele resolveu com a licença do senhor bispo de Olinda, vir para Cajazeiras em 1829, iniciando então a sua caminhada.
BLOG: onde e quando exerceu a missão de educador na fé?
Padre Raymundo Rolim: essa missão de educador na fé e-le exerceu inici-almente, como eu já havia dito, em toda a região do Ceará, onde per-corria grandes dis-tâncias. Vale lem-brar que essas via-gens eram feitas a cavalo, sozinho. De Cajazeiras pra o Inhamuns e até perto de Sobral, ele fazia missão apostólica, quando deixava o seu pequeno educandário, que primeiro foi na escolinha da Serraria (em Cajazeiras, na atual Rua Dr. Coelho), depois o colégio fundado já no povoado de Cajazeiras ele deixava por conta dos professores, que eram as suas irmãs e também alguns parentes que ele tinha e que trouxe do Recife e fazia essas viagens, permanecendo três ou quatro meses em cada fazenda, onde havia uma capela, ou se não havia ele improvisava um local onde celebrava e assim, fazia a sua missão de padre. Nunca foi pároco, nunca foi vigário, mas fez essas missões em toda a sua vida de clérigo (quase setenta e cinco anos de sacerdócio), nos estados da Paraíba, do Rio Grande do Norte, na região do Seridó, todo o Ceará e também em alguma região do Moxotó, no Pernambuco. Há vestígios da estadia do padre Rolim longe, onde ele permanecia a serviço daquelas comunidades abandonadas, num lugar onde um padre nunca pisava, mas sempre com a santa intenção de atender aos pobres. Pobres que não podiam ir às vilas e às cidades para fazerem casamentos, batizados e especialmente o batizado dos escravos, que eram considerados pelos patrões (senhores de escravos), como uma mercadoria e ninguém os batizavam e nem os casavam religiosamente. Eram comprados e vendidos, que não era gente. O padre Rolim se dava ao trabalho de batizar os escravos, tanto as crianças como os adultos e fazer o casamento destes nas diversas fazendas e locais por onde ele passou a vida inteira fazendo essas missões, dedicando especialmente aos mais abandonados.
BLOG: em que de-monstrou seu espí-rito de renúncia?
Padre Raymundo Rolim: o espírito de renúncia do padre Rolim é demonstrado, sobre-tudo na sua capa-cidade de deixar voluntariamente o seu bem estar em prol dos próximos, ele sendo, como é do conhecimento do povo, um homem culto como a história atesta, vale ressaltar que ele conhecia e falava pelo menos dez idiomas diferentes. Inclusive idiomas, não só o Latim e o Grego Antigo, mas o Sânscrito, que era uma língua em que não se sabe se esse povo ainda existe. Pois bem ele foi convidado pelo próprio imperador D. Pedro II para ensinar no Colégio Pedro II no Rio de Janeiro e ele recusou gentilmente, não aceitou. Convidado pelo presidente da Província de Pernambuco para assumir a cadeira de Latim e Grego no Colégio Pernambucano ele chegou a aceitar, mas pouco tempo depois renunciou. Foi também chamado pelo presidente da Província da Paraíba para assumir a secretaria de educação de todo o Estado, todavia enviou uma carta agradecendo o convite do presidente. Quando recebeu do imperador Pedro II duas comendas honoríficas, benefícios outrora concedidos a eclesiásticos pelo imperador em função do desempenho dentro do cenário nacional como educador, diz o meu avô, sobrinho de segundo grau do padre Rolim, que ele nunca usou essas comendas, essas medalhas de ouro, e pouco tempo depois ele as levou e entregou a um amigo, o Desembargador Boto de Menezes, dizendo: “faça disso o que quiser. Eu não uso isso. Isso não serve de nada”. De tal maneira era a simplicidade de que o padre Rolim que o levava a  recusar de tudo que era pompa, tudo que era, vamos dizer riqueza, ou qualquer prestígio, tudo renunciava e preferia ficar na singeleza de educador e como mero professor do seu colégio de Cajazeiras e que se tornou um colégio de grande fama, pois vinha alunos de todo o nordeste à Cajazeiras e além disso mantinha durante toda a sua vida o espírito de desafetação na maneira de trajar, de tratar as pessoas, igualhando-se a todos. Isso demonstrava exatamente o espírito de humildade e renúncia do padre mestre.
BLOG: de que modo viveu e como todos o viram na sua vida de penitência e oração?
Padre Raymundo Rolim: o que contam as pessoas que con-  viveram com ele, não só os alunos e professores, pode-mos também elen-car o notável Iri-neu Jofre, que foi até presidente do Estado da Paraíba, todos reconhe-ceram no padre Inácio de Sousa Rolim o homem penitente e o meu avô também falava deste seu lado asceta, ele tinha uma alimentação praticamente só para sobreviver, pois era pouquíssima e sem temperos. Meu avô também contava que ele plantava algumas carreirinhas de feijão no baixio do açude Grande e dali colhia umas vagens e não comia carne de gado e nem de criação. Muitas vezes quando uma pessoa matava um preá, que é um roedor pequeno, ele ainda dividia esse minúsculo animal em três ou quatro refeições. Este lado penitente ele transmita também para os alunos, ressalvando que tivessem o cuidado de não querer viver pra comer e sim comer só para viver. Ele se dedicava a essa tarefa de prevenir os jovens desses excessos. O padre Rolim nunca dormiu numa cama ou rede. A vida toda a família conheceu e testemunhou, como também os alunos, que ele dormia sobre uma mala grande ou então em cima de uma tábua de madeira, dura e sem forro. Só na cabeça se dava o luxo de colocar um livro, que meu avô dizia ser um livro volumoso com um paninho em cima e em algumas vezes dormia no chão, sempre orando e meditando.
BLOG: como demonstrou a sua caridade de modo heróico?
Padre Raymundo Rolim: todo mundo sabe ou já ouviu falar numa epidemia do cólera morbus, que era uma doen-ça fatal neste tempo. Pra-ticamente não esca-pava ninguém que contraísse essa doen-ça e como não havia recursos na região de Cajazeiras e, fala os livros, que até de Sousa vieram algumas fórmulas para serem manipuladas por algum farmacêutico para pelo menos aliviar o sofrimento do doente. Mas, em Cajazeiras, o padre Rolim fundou ao lado do colégio uma enfermaria, na qual recebia centenas de pessoas e dava ele mesmo assistência, arriscando a própria vida. Esse foi o sentido heróico de suas virtudes de caridade para com aquelas pessoas que estavam ali dependendo dele até o último momento da vida. Mais do que uma missão de religioso, ele fazia o papel de enfermeiro para com todos os pobres de qualquer idade e qualquer situação.
BLOG: onde, quando e como ele faleceu dando provas de sua santidade?
Padre Raymundo Rolim: a santidade do padre Rolim era conhecida em todo o nordeste. Existe uma expressão que era bom verificar até onde isso era realmente verídico, mas, existia na opinião geral de todo o povo que conhecia o padre Rolim na Paraíba de que havia três padres, não eram de boa vida, eram de vida boa no sentido de vida ilibada, vida limpa e que ninguém falava mal desses padres. Eram os padres Frei Martinho, Dom Eurico, que era beneditino e o padre Inácio de Sousa Rolim, em Cajazeiras. Sobre esses três padres ninguém nunca disse qualquer coisa que viesse abater a sua moral e nem muito menos as suas virtudes. Dessa maneira viveu a vida toda, todo mundo tinha esse conceito de que o padre Rolim era santo porque toda a sua vida foi um exemplo de caridade, de amor ao próximo, de renúncia e de penitência. Ele morreu em 16 de setembro de 1899, com quase cem anos e dando um testemunho até o último momento de sua vida de nunca ter se lamentado de todo o sofrimento dos últimos anos de vida e das doenças que o acometeram. Morreu com esse odor de santidade. De tal maneira que o povo do Nordeste quando soube do falecimento, quem pôde viajar à Cajazeiras se deslocou até esta cidade que se encheu de gente de toda a região para ver o último momento, antes do sepultamento do Padre Mestre e finalmente, vou abreviar um pouco, houve o testemunho de um oficial de um cartório de registro civil, que registrou um testemunho interessante e que está também no livro do padre Heliodoro Pires e em outras edições de outros escritores que fizeram biografia do padre Rolim, falaram que ele esteve depois de morto, durante mais de quarenta horas dentro da igreja matriz à exposição de todas as pessoas que queriam vê-lo e não havia sinais de putrefação de maneira alguma, pelo contrário, houve quem dissesse que ele exalava um odor de rosas ou de algum perfume. Isso era um sinal depois de mais de quarenta horas sem ser sepultado, não dava sinais de putrefação ou de destruição do seu organismo.
BLOG: onde e de que modo ele foi sepultado?
Croquis feito pelo próprio Padre Raimundo sobre a antiga
matriz de Cajazeiras
Padre Raymundo Rolim: ele fale-ceu no dia 16 de setembro de 1899 e foi se-pultado no dia 18 de setembro, praticamente três dias depois. E seu jazigo se encontra na igre-ja paroquial de Nossa Senhora da Piedade, que ho-je é a igreja pa-roquial de Nossa Senhora de Fátima e está sepultado até os nossos dias nesse mesmo local. Existiram pessoas, eu até procurei corrigir um livro que foi editado no bicentenário do padre Rolim, falava que os restos mortais do padre Rolim teriam sido exumados em 1937, puro engano. O que foi exumado em 1937 foram os restos mortais da mãe do padre Rolim, a mãe Aninha, que estava sepultada num túmulo na parte de trás, ligado a parede da pequena capela do Coração de Jesus, que é hoje a Praça Coração de Jesus. O prefeito Joaquim Matos mandou destruir a capela e foram encontrados dentro desse túmulo, alguns restos mortais da mãe do padre Rolim e foram levados e colocados na base do monumento do padre Inácio de Sousa Rolim, que está hoje em frente ao Colégio Nossa Senhora de Lourdes, chamada praça mãe Aninha. Mas os restos mortais do padre Rolim continuam lá onde foi sepultado, dentro da matriz Nossa Senhora de Fátima. Só que nesse tempo a igreja era pequena, não era do tamanho que é hoje, ela teria apenas uns vinte metros de comprimento por doze de largura e o local onde está os restos mortais pode serem identificados. Meu avô disse que assistiu ao sepultamento do tio (padre Rolim), e foi exatamente para ele, que era povo, que ele foi sepultado do lado direito do altar. Para os padres que se fizeram presentes no ato do sepultamento, como o padre Joaquim Sirino de Sá e Manoel Costa estiveram celebrando as exéquias e ele foi sepultado do lado esquerdo do altar, dentro exatamente da nave central. Por tanto aí está a história contada e já relatada em livros e que eu procurei resumir para que o povo tomasse conhecimento do que foi, do que é realmente a vida, a história e realmente o testemunho de fé de amor a Deus e ao próximo que deu o padre Rolim em toda a sua vida.
BLOG: quais foram os milagres alcançados por sua intercessão?
Padre Raymundo Rolim: existem várias narrações. Uma delas está no jornal Gazeta do Alto Piranhas e narra um milagre de uma criança, uma jovem, adolescente, na cidade de Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, veio com a família a Cajazeiras em 1989 e pagou uma promessa no sítio Serrote, onde existe uma capelinha onde padre Rolim residia e viveu seus últimos anos de vida, a família veio com o testemunho de um médico que atestou que a moça tinha um tumor na cabeça, fizeram uma promessa para o padre Rolim de Cajazeiras e com poucos meses depois foram feitos novos exames e o tumor tinha desaparecido. Então era sinal de que havia uma intervenção especial de Deus por intermédio do padre mestre Inácio de Sousa Rolim.



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

DONA ICA (Íracles Pires)

           DONA ICA (Íracles Pires) foi uma das primeiras referências em TEATRO de minha vida. Eu ainda criança em CAJAZEIRAS-PB, ouvia que a esposa de Dr. Valdemar (Médico que cuidou de mamãe até finalzinho da vida dela) lidava com Teatro. 
        E, todos reconheciam nessa Senhora uma LUTADORA. Dedicou sua vida à ARTE e a CULTURA. Todos(as) Cajazeirenses que hoje lidam com ARTE, de alguma forma devem um pouco a DONA ICA. 
       O antigo teatro de nossa cidade com seu nome é uma Homenagem de valia. Mas, é pouco diante do que esta Grande MULHER fêz pela ARTE e pela CULTURA de nossa cidade. Todos(as) filhos(as) de Cajazeiras devem saber que, se nossa Cidade tem nomes de expressão nacional como MARCELIA CARTAXO (Cinema), deve-se ao trabalho pioneiro, corajoso, e destemido de uma MULHER CAJAZEIRENSE chamada DONA ICA. ... e por DONA ICA (uma das 'Precursoras' do TEATRO PARAIBANO) eu brado: ... Viva a CULTURA NORDESTINA !!!!! ... 
           Viva a CULTURA POPULAR do Brasil !!!!! ... e como bradou DARCI RIBEIRO ... 
           Viva o POVO BRASILEIRO !!!!! 

(BOSCO MACIEL - Poeta, Folclorista, Cantador, Fundador da Casa dos Cordéis (Guarulhos-SP), e Membro efetivo da AGL - Academia Guarulhense de Letras) !!!!!