sábado, 23 de fevereiro de 2013

Chico Bem Bem, hoje em Teresina, conta em detalhes sua história de vida

Francisco Alves de Andrade, conhecido popularmente como Chico Bem Bem, nasceu em Cajazeiras, no dia 23 de fevereiro de 1942 e é filho de Seu Joca Andrade e de Dona Maria do Carmos (In Memorian), tem ainda os irmãos Mário Alves, Neide Alves e Maza Alves. Seu Joca mantinha a família vendendo leite produzido numa vacaria, próxima à Rua 04 de outubro.
Chico fez história em Cajazeiras através de seu conjunto musical os Bem-Bem, iniciado no ano de 1960, tendo como palco principal o famoso Clube 1° de Maio, de saudosa memória. Animava as matinais aos domingos, tocava no carnaval, no São João e nas festas principais, quando os grandes cantores da linha brega se apresentavam no palco do clube do povo, o 1° de Maio. Foram noitadas inesquecíveis que embalavam os cajazeirenses de todas as idades.

Chico diz aos seus amigos que a origem de seu apelido é em razão de que todas as vezes que lhe acontecia alguma coisa ruim, dizia e diz: “Não há um mal que não traga um bem”.
Homem do mundo
É um cidadão do mundo, como costuma se autoproclamar. De cidade em cidade, principalmente no Estado do Piauí, Maranhão e Pará, se apresenta com o seu Conjunto os Bem Bem da Paraíba, levando alegria ao povo nordestino. Sempre gostei de atuar nas pequenas cidades, diz.
Ele reside atualmente na cidade de Teresina, Piauí, vive empresariando cantores, cantando nos bailes e está escrevendo um livro sobre a sua vida.
“Tenho muitas histórias para contar e estou aguardando a chamada da produção do Programa do Jô Soares para fazer rir muito brasileiros”, diz.
Já tive mulheres, de todas as cores...
Chico diz que por sua vida já passaram 13 mulheres: a primeira foi Diana, conhecida e estimada por todos os filhos de Cajazeiras através de sua famosa banca de revista e com ela teve três filhos.
Ele disse que a conheceu nos salões do Clube 1º de Maio, namorou, raptou e casou-se com a grande mulher de sua vida. Das 13 mulheres, com cinco esteve casado e com todas já teve 24 filhos: três moram em Recife (PE), duas em João Pessoa, três em Fortaleza (CE), seis em Teresina (PI), três em Timom, (MA), duas em São Luiz (MA) e o resto em Chapadinha (MA).
Poderia ser um homem rico, diz, mas tudo que ganhou na vida foi repartido entre os seus filhos e suas mulheres. Atualmente no alto de sua boêmia, vive com Quitéria, uma bela mulher de 38 anos de idade, em Teresina.
Ajuda
Diz ter muitos amigos espalhados pelo Nordeste e na cidade de Teresina destaca o empresário João Claudino e afirma que sempre vai ao seu escritório lhe dar atenção mais do que merece e o tem ajudado muito.
“Da gráfica Halley saem impressas, com custo zero, as capas dos CD’s que gravo de minha banda, pois esta é a minha principal fonte de renda”, salientou.
Histórias, causos e lorotas
Chico conta que foi chamado em janeiro de 2009, pelo governador do Piauí, Wellington Dias, para relembrar um fato: quando jovem ainda, pobre, durante uma festa , em Oeiras-PI, sem dinheiro, o botou para dentro do baile.
Diz que histórias iguais a esta são muitas e que está concluindo um livro para publicar seus causos.
Chico anda com duas sacolas a tira colo, numa perfeita desarrumação e nelas comtem tudo o que possa imaginar e como num passe de mágica vai tirando delas: retratos seus ao lado de Valdick Soriano, Almir (Ex-Fevers), Jerry Adriani, CDs e Dvds, cartas, panfletos e tudo mais. E com seu sorriso largo, uma voz ainda forte. Com gargalhadas que estrondam vai entremeando suas histórias, seus causos e lorotas.
Velhos tempos
Olivan Pereira, o Big Boy da cidade, conta que no início de sua carreira passou um mês cantando no conjunto de Bem Bem, num circo do pai de Babalu e no final conseguiu provar por a mais b que quem estava devendo era o próprio Big Boy. Hoje, grandes amigos riem bastante quando se encontram relembrando os velhos tempos.  O tempo passa e Bem Bem continua sendo o rei do baile e levando o nome da Paraíba e de Cajazeiras pelos rincões nordestinos.

Fonte: Diário do Sertão

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

RETALHO DE CAJAZEIRAS (1)

     O largo que se abre em frente ao Cemitério Coração de Maria, dando acesso à Rua Padre José Tomaz, é cortado por um pequeno regato que, no inverno, dificultava um pouco o trânsito, até mesmo de pedestres, que atra- vessavam aquela artéria, prejudicando, sobretudo, a passagem de cortejos fú- nebres conduzindo féretros para o sepultamento naquele Cemitério.
     Dom Moisés Coelho, nosso 1º Bispo, de saudosa memória, durante a seca de 1919, para socorrer os flagelados de nossa cidade, aplicou o dinheiro que lhe era enviado do Sul do País por autoridades civis e religiosas e entidades filantrópicas, em construções de aterros de ruas, bueiros, e pequenos, pontilhões dentro do pe- rímetro urbano. Deu trabalho aos famintos, os velhos e moços, homens, mulheres e meninos, os quais, no final de cada dia, recebiam uma diária em dinheiro, pelo trabalho prestado durante o horário de serviço.Dom Moisés Coelho, nosso 1º Bispo, de saudosa  memória, durante a seca de 1919, para socorrer os flagelados de nossa cidade, aplicou o dinheiro que lhe era enviado do Sul do País por autoridades civis e religiosas e entidades filantrópicas, em construções de aterros de ruas, bueiros, e pequenos, pontilhões dentro do perímetro urbano. Deu trabalho aos famintos, os velhos e moços, homens, mulheres e meninos, os quais, no final de cada dia, recebiam uma diária em dinheiro, pelo trabalho prestado durante o horário de serviço.
     Aquele largo, em frente ao Cemitério, foi beneficiado com a construção de um pequeno pontilhão, que resolveu o problema da passagem dos transeuntes vindo e voltando da cidade, tornando-se fácil o acesso ao Cemitério,sobretudo na época invernosa.
     Com o correr dos anos, ao lado oeste daquele logradouro, foi construído um grande prédio escolar, que recebeu, como homenagem ã memória do grande Bispo filho de Cajazeiras, o nome de: GRUPO ESCOLAR DOM MOISÉS COELHO.
     0 Prefeito OTACÍLIO JUREMA, na gestão do seu primeiro mandato, desen- volvendo o programa do plano urbanístico de sua administração, procurando melhorar a paisagem de nossa cidade, construiu ali, naquele local, uma praça muito bonita, espécie de pequeno bosque, à qual, em homenagem muito justa prestada pelo Município de Cajazeiras ao nosso sempre lembrado 1º Bispo recebeu a denominação de - PRAÇA DOM MOISÉS COELHO.
     Na atual administração do Prefeito Francisco Matias Rolim, aquela Praça foi incluída no programa do Plano Diretor da cidade, para a devida reconstrução, objetivando a modernização de sua estrutura, dando uma estética nova àquele logradouro, colocando-o entre os mais importantes de nossa cidade.
     Feito o levantamento topográfico daquele local e elaborado o desenho da planta do projeto de reconstrução da Praça, o Prefeito Matias Rolim determinou o desmonte da antiga estrutura, atacando os serviços da nova construção implantando aí, de acordo com as normas da técnica um jardim moldado em estilo moderno.
No dia 04 de fevereiro de 1978, à noite, com a presença de autoridades, imprensa falada e escrita, banda de música, escolas de samba, blocos carnavalescos e povo em ge- ral, o Prefeito Francisco Matias Rolim de- clarou inaugurada aquela Praça, totalmente restaurada, apresentando, ao público, de- talhada prestação de conta referente às des- pesas efetuadas com a reconstrução da- quele logradouro, fazendo a entrega do mesmo ao povo.
Aí está a nova Praça Dom Moisés Coelho, totalmente reconstruída, dotada de um sistema ultramoderno de luminária, cujo local é atualmente o ponto chique da cidade, motivando atração, sobretudo à noite, para os que buscam momentos de lazer num recanto delicioso, usufruindo a sensação de um passatempo agradável.
      A Praça Dom Moisés Coelho, com a nova estética de logradouro público mo- derno, agrada aos que vi- sitam Cajazeiras e dá uma impressão maior da paisagem de nossa cidade, destacando a grandeza das realizações da administração do Prefeito Francisco Matias Rolim que merece, por isso mesmo, os aplausos da comunidade ca- jazeirense.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Algumas correções necessárias da biografia de Júlio Marques na obra "Retalhos de Vidas"

         Cajazeiras deve muito a Pedro Lins de Oliveira pelo seu pro- fícuo trabalho histórico na sua obra "Retalhos de Vidas" (1986), em que ele narra seus quinze anos em Cajazeiras (ver o próximo post), mas para o bem do futuro é necessário algumas cor- reções em relação à biografia de Júlio Marques do Nascimento:
       Ele registra: Elegeu-se vereador pela primeira vez em 1928”. Não posso confirmar por não dispor deste dado.
          Continuando: “Com a mudança do regime somente vol­tou a disputar outra vere- ança, elegendo-se su­cessivamente por duas ou três vezes, nas déca­das de cinquenta e ses- senta, pela legenda do ve­lho PSD, do Senador Ruy Carneiro, de cujo Di­retório Municipal foi fundador.” Aqui há er- ros crassos. Em 1947 Júlio Marques do Nascimento não foi candidato. Elegeu-se inicialmente pela UDN, nas legislaturas de 1951 e 1955, na seguinte, em 1959 é que foi eleito pelo PSD, mas sua votação foi esquálida, ficando no último lugar com 206 votos.
Não mais conseguiu voltar à edilidade cajazeirense. Em 1963 foi sua última tentativa, mas em 11 vagas cravou o 15º lugar com apenas 172 sufrágios, também pelo PSD. Júlio também não ousou lograr a presidência, a única tentativa ele foi derrotado pelo colega Donato Braga.
Outro fato inusitado da vida política de Cajazeiras foi a eleição de Dr. Waldemar Pires Ferreira, médico, figura estimadíssima e conhecido pelas suas excentricidades (foto). O candidato a prefeito era um “nobre”, figura simpática e calma, Antonio Cartaxo Rolim, muito conhecido como Antonio Rolim Careca, concorreu e venceu a eleição contra Acácio Rolim Braga, perdedor contumaz. Usando de uma artimanha lançaram a candidatura de Dr. Waldemar que assim engordaria a legenda partidária, o que de fato aconteceu.
Dr. Waldemar teve uma votação estratosférica garantindo êxito dos articuladores da ideia. Só que Dr. Waldemar jamais foi tomar posse e, pela sua ausência, o juiz empossou Júlio Marques.
Outra possível correção é o relato de cursos para costureiras, que, segundo Pedro Lins, eram cerca de 180 alunas. O possível que falo anteriormente é que consultando Chico Rolim, comerciante e o à época o maior vendedor de máquinas de costuras, ele não se lembra deste fato, além de que ele tinha 107 costureiras que ele fornecia o tecido para eles devolvem peças de vestuário prontas em troca, claro, de uma remuneração pecuniária. Ora com todo este envolvimento Chico Rolim simplesmente declara  não ter a mínima lembrança.
  

Júlio Marques do Nascimento, por Pedro Lins de Oliveira

Júlio Marques trabalhou na construção do Açude Grande
Júlio Marques do Nascimento era de tra­dição humilde, porém honesta e trabalhadora. Nasceu em Cajazeiras, e era casado com Severina Marques Bezerra. Não es- tudou natural­mente por falta de recursos. Con- tou-me ele, que na in- fância chegou a ser en- graxate. Contou-me ainda que em 1915 trabalhou como operário, na construção do açude público de Cajazeiras. Esses dois registros muito dignificaram a sua história, como testemunho de sua simplicidade.

Naquele birô empoeirado ele fez seu gran­de patrimônio, comprando mais casas na cida­de, muita terra e gado, na vizinhança de Cajazeiras e também no Estado do Ceará. Pagava e ainda mantinha disponível no cofre, bastante dinheiro, para emprestar a juro, a pessoas que fossem conhecidas suas e de bom caráter. Tanto assim que não exigia avalistas.

O birô também lhe serviu para fazer polí­tica. Elegeu-se vereador pela primeira vez em 1928. Com a mudança do regime somente vol­tou a disputar outra vereança, elegendo-se su­cessivamente por duas ou três vezes, nas déca­das de cinquenta e sessenta, pela legenda do ve­lho PSD, do Senador Ruy Carneiro, de cujo Di­retório Municipal foi fundador. (Clique e veja algumas incorreções à narrativa)

Morreu em 1968, contando com 75 anos de idade, deixando os filhos: José Marques Be­zerra, Bel em Direito, casado com dona Eulina Marques, residente em Campina Grande; Per­petua Marques Lustosa, conhecida carinhosamente por Natércia, viúva de Assis Piano, apo­sentada, residente em Cajazeiras; Maria das Neves Marques, casada com Dilson Lino de Carvalho, bancário e residente em Recife; Ma­ria Marluce Marques, pedagoga, casada com o pecuarista Donato Rocha, residente em Caja­zeiras; Maria Mirtes Marques, cirurgia dentis­ta, casada com o magistrado Josué Custódio de Albuquerque, residente em Recife.

Vale a pena conhecer o patrimônio que ele conseguiu fazer, trabalhando sozinho, com­posto de várias propriedades rurais, inúmeras casas residenciais, em Cajazeiras, inclusive de­zenas de lotes de terrenos. Tudo isso, há vinte e sete anos transformado em espólio. Vejamos:


PROPRIEDADES

Município de Cajazeiras

 Saquinho e outras, com 2.400 tarefas, conforme registros de imóveis de números 1.057, 1.599, 1.612, 1.615, 3.599, e 13.779; Olho D’água e outras, medindo400 tarefas, registros números 4.123, 4.215, 4.437, 4.500 e 8.898; Santo Antô­nio, 23 tarefas, compra em 21.12.62; Lages, 80 ta­refas, reg. 2.283 e 2.842; Baixa Grande, 60 ta­refas, reg. 2.987; Bom Jardim, 500, reg. 1.614;

São João do Rio do Peixe

Boa Esperança, 1.400 tarefas, reg. 1.019, 11708 e 11.709; Afavaca, 372 tarefas, reg. 1.112 e e 11.246. Bom Lugar, 600 tarefas e reg. 247.

Santa Helena:

Canto do Feijão, 150 tarefas e reg. 630; Altos e Santa Helena, 500 tarefas e regs. 639 e 1.245.

Ipaumirim Ceará:

Cheirosa, com 1.435 tarefas e registro 3.473.

Barro Ceará:
Barro, Torquato e Espírito Santo, 660 tarefas e registo 2.161; Santo Antônio, 600 tarefas, reg. 3.212; Boa Vista, 450 tarefas e registro 5.577.
Aurora Ceará:
Soledade, com 140 tarefas e registro 128.
Iracema Ceará:
Volta, 385 tarefas, reg. 908; Gadelha, 435 tare­fas, reg. 920; Piranhas, 1.850 tarefas, regs. 318, 890 e 2.407.
Limoeiro Ceará:
Extrema, com 426 tarefas e registro 5.738. CASAS
(Residenciais e comerciais)
Rua Cel. Guimarães:
Números 15, 26, 27 e 44. (2 adquiridas por compras e 2 construídas);
Rua Justino Bezerra:
Números 201, 213, e 297 (03 adquiridas p/compras e 01 construída); Rua Dr.Coelho, números, 37, 40, 43, 46, 47, 51, 55, 59, 78, 83, 89 e 93. (12 construídas e 01 ad­quirida por compra);
Rua Eng. Carlos Pires de Sá:
Números 54, 60, 66, 75,210,307,329,333,337, 341, 345, 365, 369, 373, 377, 383, 347 e mais uma S/n. (18 construção);
Rua Ernesto Rolim:
Números 143, 149, 153, 157, 210, 216, 224, 227, 230, 231, 234, 238, 240, 244, 245, 248, 254, 258, 262 e mais duas S/n. (22 por construção);
Rua João Vieira Carneiro:
Números 88, 94,100, 107, 113, 119, 123, 129, 145 e 185 (10 cons­trução);
Rua Padre José Tomaz:
Números 35, 38, 42, 175, 179, 214, 238, 360, 416 e 424 (08 compra e 02 construção);
Rua Tiburtino Cartaxo de Sá:
Números 22, 26, 35, 39, 40, 44, 48, 52, 56, 60, 87, 90, 91, 95, 96, 100 e 103 (17 construção);
Rua 21 de Abril:
Números 02, 10, 22, 35, 37, 38, 44, 60, 64, 66, 71, 78, 86 e mais 03 S/n (13 ad­quiridas por compra e 03 por constração);
Rua Fausto Rolim:
Números 123, 129, 133 e uma S/n (04 construção);
Rua Anísio Rolim:
S/n (01 construção);
Rua Juvêncio Carneiro:
297 (01 construção);
Praça D. João da Mata:
44 (01 construção);
Rua Duque de Caxias:
S/n (01 construção);
Rua Epifânio Sobreira:
S/n (01 construção);
Rua Felismino Coelho:
S/n (01 construção;
Avenida Francisco Matias Rolim:
377 (01 construção);
Rua Henrique Coelho:
S/n (03 construção);
Rua Joaquim de Sousa:
40 (01 construção);
Rua Antônio Holanda:
S/n (01 compra);
Rua Desembargador Boto:
251 (01 compra);
Rua Henrique Coelho:
S/n (03 construção;
Rua Higino Tavares:
S/n (01 construção);
Rua João Alves:
80 e mais uma S/n (02 cons­trução);
Pç. João Pereira:
12, 72 e 98 (03 compra);
Pç. Padre Rolim:
136 (01 compra);
Pç. JS. S. Fátima:
60 e 68 (02 compra);
Rua Mariana Abreu:
números, 25, 31, 39,45, 51 e 102 (05 compra);
Rua Rafael Holanda:
S/n (02 construção);
Rua Raimundo Rolim:
S/n (04 construção); Trav. Sta. Terezinha, 10, 16, 20 (03 construção);
Rua Tenente Sabino:
38, 95, 101, 111 e mais uma S/n (02 compra e 03 construção); e final­mente, mais de uma dezena de lotes, adquiridos para construir.
No resumo de tudo, apuramos que as pro­priedades somam cerca de dez mil tarefas de terras, agricultáveis e próprias para criar, afo­ra o gado (e muito), 173 prédios residenciais e comerciais, dos quais 39 foram adquiridos por compras e 134 erguidos por ele, o que significa dizer que meu velho amigo Júlio Marques, pelo que construiu e pelo que fez por Cajazeiras me­rece abrir a sequência desses meus homena­geados.
Informações colhidas no Cartório, onde corre o inventário, dão conta que todo esse sóli­do patrimônio (repetindo o que já disse) há vin­te e sete anos transformado em espólio, encontra-se com sua partilha emperrada, esse tempo todo, por culpa exclusiva do herdeiro mais ve­lho, doutor em direito, que nasceu com os olhos grandes, pelo visto enxergando pouco, localiza­dos em cavidades hemisféricas de uma cabeça oca, que só pensa nele, mesmo em detrimento dos próprios irmãos. Tanto assim que oito ad­vogados foram constituídos por ele, no decor­rer desse tempo, sem necessidade, cujo retarda­mento da partilha resulta em prejuízo no usu­fruto para todos. Enquanto isso o gado, al­guns prédios e parte das terras já foram ven­didos, por ordem do Juiz, para fazer face ao pagamento de honorários e custas, sem, no en­tanto, resolver nada. É uma pena! Bem que o doutor devia ser mais sensato e mais inteligen­te! Bem que ele podia se aprofundar mais um pouquinho nos livros de Direito! É lendo que se aprende! Quem sabe, ele encontraria a dou­trina que diz: a justiça pode ser cega, mas o di­reito existe para todos!...