José
Antônio de Albuquerque
O
advogado e jornalista Francisco Alves Cardoso, o conhecido Chico Cardoso, acaba
de colocar na praça mais um trabalho de sua lavra. Além dos quatro trabalhos
já publicados: Perfil
Legislativo, José Gadelha Sempre Líder, Raízes da Família Cardoso e Nos
Bastidores da Política,
Chico agora
nos presenteia com um trabalho de fôlego, dedicação e amor à pesquisa
histórica.
Recebi
os originais de Os
Garotos de Ouro,
que narra a História dos fundadores do Seminário Diocesano Nossa Senhora da
Assunção, (1955-2005), encravado numa colina, ao norte da cidade de Caja-
zeiras, como se estivesse abençoando os filhos desta terra e deste sertão
áspero.
Sob
o impacto da surpresa, rendi-me à generosidade do convite para descrever sobre
o autor. Esta lembrança é creditada ao coração de Chico Cardoso e à sua amizade
que, para mim, constitui-se num valioso patrimônio.
A
afinidade existente entre nós tem um denominador comum, que é o amor pelo
rádio, pelo microfone, pela notícia política, pelo jornalismo e,
principalmente, pela pesquisa histórica.
Fiquei
surpreso. Não sabia que Chico Cardoso, além de ser um jornalista político dos
mais bem informados da região, um radialista inteligente na forma e no
conteúdo de produzir e dar a notícia, um cantador de versos de literatura de
cordel, tinha a coragem e a capacidade de se tornar um garimpeiro da história.
É difícil fazer história. É difícil, mais ainda, pesquisar.
Aplausos
para Chico Cardoso que, com muita paciência e abnegação, soube muito bem
narrar a história do cotidiano dos tempos áureos do Seminário e de seus alunos
fundadores, os pioneiros de 1955.
Chico
Cardoso projeta em sua narrativa, a vida dos seminaristas e vai nas entranhas
do seu dia a dia, de forma até jocosa, mas deliciosa, rebuscando, em forma de
oração, as reminiscências de uma época.
É
uma leitura gratificante, é o registro histórico de um importante momento da
vida religiosa dos sertões da Paraíba. É uma contribuição, fruto da verve
poética e da vivência do autor, na busca da verdade histórica.
O relato de Os Garotos de Ouro nos remete aos sofrimentos de
todos aqueles que ajudaram a construir uma história alicerçada na fé. Na realidade,
a história de Chico Cardoso se confunde com a do Seminário Nossa Senhora da
Assunção: o que ficou perdido renascerá na verdade do amanhã, na lembrança do
ontem, quando o homem, um animal essencialmente histórico, sentir saudades do
seu tempo e, no hoje, ter a gratificação de estar realizando para o futuro.
Chico Cardoso e Os Garotos de Ouro são como pedras rolando junto
a tantas outras pedras, na poeira da estrada, nos labirintos das caminhadas,
nas veredas das ilusões, nas injustiças dos homens, nos mistérios da fé, no
segredo da Trindade, no silêncio da oração.
Chico Cardoso não quis ser
padre. Deixou o Seminário, mas o Seminário não saiu de sua alma e de seu
coração. Trouxe consigo, da Colina da Assunção, o temor a Deus e o encanto pela
devoção a Nossa Senhora.
Gosto e admiro em Chico Cardoso
a sua forma de ser religioso. Sempre que sobe os degraus para chegar ao
primeiro andar da Rádio Alto Piranhas, onde todas as noites tem um programa de
rádio, o seu gesto primeiro é levantar o braço, pôr a mão direita sobre um
Cristo crucificado e se benzer. Ao manifestar este gesto, nota-se que ele fica
mais forte para enfrentar o seu trabalho.
Com Os Garotos de Ouro, Chico Cardoso resgata um impor¬tante fato da vida religiosa da Diocese de Cajazeiras.
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