sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

CHICO CARDOSO: O GARIMPEIRO DA HISTÓRIA

Registros Sobre o Autor de "Os Garotos de Ouro"
José Antônio de Albuquerque
O advogado e jornalista Francisco Alves Cardoso, o conhecido Chico Cardoso, acaba de colocar na praça mais um trabalho de sua la­vra. Além dos quatro trabalhos já publicados: Perfil Legislativo, José Ga­delha Sempre Líder, Raízes da Família Cardoso e Nos Bastidores da Política, Chico agora nos presenteia com um trabalho de fôlego, dedica­ção e amor à pesquisa histórica.
Recebi os originais de Os Garotos de Ouro, que narra a Histó­ria dos fundadores do Seminário Diocesano Nossa Senhora da Assun­ção, (1955-2005), encravado numa colina, ao norte da cidade de Caja- zeiras, como se estivesse abençoando os filhos desta terra e deste ser­tão áspero.
Sob o impacto da surpresa, rendi-me à generosidade do convite para descrever sobre o autor. Esta lembrança é creditada ao coração de Chico Cardoso e à sua amizade que, para mim, constitui-se num valioso patrimônio.
A afinidade existente entre nós tem um denominador comum, que é o amor pelo rádio, pelo microfone, pela notícia política, pelo jorna­lismo e, principalmente, pela pesquisa histórica.
Fiquei surpreso. Não sabia que Chico Cardoso, além de ser um jornalista político dos mais bem informados da região, um radialista inte­ligente na forma e no conteúdo de produzir e dar a notícia, um cantador de versos de literatura de cordel, tinha a coragem e a capacidade de se tornar um garimpeiro da história. É difícil fazer história. É difícil, mais ain­da, pesquisar.
Aplausos para Chico Cardoso que, com muita paciência e abne­gação, soube muito bem narrar a história do cotidiano dos tempos áureos do Seminário e de seus alunos fundadores, os pioneiros de 1955.
Chico Cardoso projeta em sua narrativa, a vida dos seminaristas e vai nas entranhas do seu dia a dia, de forma até jocosa, mas deliciosa, rebuscando, em forma de oração, as reminiscências de uma época.
É uma leitura gratificante, é o registro histórico de um importante momento da vida religiosa dos sertões da Paraíba. É uma contribuição, fruto da verve poética e da vivência do autor, na busca da verdade histó­rica.
O relato de Os Garotos de Ouro nos remete aos sofrimentos de todos aqueles que ajudaram a construir uma história alicerçada na fé. Na realidade, a história de Chico Cardoso se confunde com a do Semi­nário Nossa Senhora da Assunção: o que ficou perdido renascerá na verdade do amanhã, na lembrança do ontem, quando o homem, um ani­mal essencialmente histórico, sentir saudades do seu tempo e, no hoje, ter a gratificação de estar realizando para o futuro.
Chico Cardoso e Os Garotos de Ouro são como pedras rolan­do junto a tantas outras pedras, na poeira da estrada, nos labirintos das caminhadas, nas veredas das ilusões, nas injustiças dos homens, nos mistérios da fé, no segredo da Trindade, no silêncio da oração.
Chico Cardoso não quis ser padre. Deixou o Seminário, mas o Seminário não saiu de sua alma e de seu coração. Trouxe consigo, da Colina da Assunção, o temor a Deus e o encanto pela devoção a Nossa Senhora.
Gosto e admiro em Chico Cardoso a sua forma de ser religioso. Sempre que sobe os degraus para chegar ao primeiro andar da Rádio Alto Piranhas, onde todas as noites tem um programa de rádio, o seu gesto primeiro é levantar o braço, pôr a mão direita sobre um Cristo cru­cificado e se benzer. Ao manifestar este gesto, nota-se que ele fica mais forte para enfrentar o seu trabalho.
Com Os Garotos de Ouro, Chico Cardoso resgata um impor¬tante fato da vida religiosa da Diocese de Cajazeiras. 

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